Nesta semana o médico Redimir Goya e a enfermeira Jussara Pedroso fizeram palestras para representantes de todas as regionais de Saúde falando sobre a experiência no município.

Todas as regionais de Saúde foram conhecer a experiência de Betrão.
Na foto: dr. Jonatas Reichert, professor da UFPR, dr. Redimir Goya de Beltrão, e dra. Vera, representante do Inca.
Foto: Andressa Oliveira
Hoje, 31 de maio, comemora-se o Dia Mundial Sem Tabaco. A data foi criada em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Em Francisco Beltrão, funciona há mais de dez anos um ambulatório de tratamento para a cessação do tabagismo.
A equipe de profissionais do ambulatório de Beltrão é considerada referência em todo o Estado. Nesta semana, junto com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), a equipe administrou um curso de capacitação para todas as regionais de Saúde do Paraná. A enfermeira Jussara Pedroso e o médico pneumologista Redimir Goya ministraram palestras para transmitir as modalidades de tratamento e a experiência da equipe no apoio aos pacientes.
Mais de quatro mil substâncias
O tabagismo continua sendo uma verdadeira epidemia mundial. A Organização Mundial de Saúde o considera a maior causa evitável de morbimortalidade no mundo todo. O cigarro com seus mais de 4.700 componentes tóxicos provoca mais de 50 doenças. O tratamento para cessação do tabagismo está entre as intervenções médicas que apresentam a melhor relação custo-benefício, superior inclusive aos tratamentos direcionados para hipertensão arterial leve a moderada, dislipidemia e infarto do miocárdio.
A mortalidade causada pelo fumo entre os adultos é superior ao número de óbitos por Aids, malária, tuberculose, alcoolismo, causas maternas, homicídios e suicídios somados. De acordo com o médico Redimir Goya, as toxinas contidas no cigarro provocam 25% dos infartos agudos do miocárdio e um terço de todos o cânceres. O câncer de pulmão que é o que mais mata a população em 90% dos casos tem o cigarro como seu agente principal.
Além disso, o hábito do cigarro está relacionado com várias doenças como gastrite, úlceras, doenças da circulação sanguínea, diabetes, impotência sexual, infertilidade, alterações menstruais, má formações congênitas, depressão, doenças da tireoide, acidentes vasculares cerebrais, bronquites, enfisemas, sinusites e a cada ano se descobre mais doenças relacionadas com o fumo.
Tabagismo passivo
O pneumologista alerta que até quem não fuma pode ser prejudicado pela fumaça do cigarro, conhecido como tabagismo passivo, que é a inalação da fumaça produzida pelo fumante ou pela queima do cigarro e cujas principais vítimas são as crianças que apresentam mais quadros de infecções de vias respiratórias como gripe, resfriado, sinusite, asma, bronquiolites, otites e pneumonias. “Os adultos que inalam esta fumaça estão sujeitos a todas as doenças que atingem os fumantes”, diz.
Outro fator preocupante é o aumento do uso do Narguilé. “Muitas pessoas inocentemente estão sendo iludidas, pois imaginam que o uso do Narguilé não é prejudicial. Todas as evidências científicas demonstram que este hábito é muito mais nocivo que o cigarro”, entende dr. Goya. Uma sessão de Narguilé, equivale a fumar 100 cigarros (50 litros de fumaça); que contém 100 vezes mais alcatrão, quatro vezes mais nicotina e 11 vezes mais monóxido de carbono. Além de transmitir gripes, resfriados, herpes, tuberculose, etc.
Ambulatório do fumo tem tratamento gratuito
O ambulatório do fumo funciona na Unidade de Saúde do Bairro Vila Nova, às quartas-feiras, no período da tarde. Possui uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeira, psicóloga e nutricionista. Já foram atendidos mais de três mil pacientes e o índice de sucesso gira em torno de 70%, o que é considerado bom, em comparação com outros serviços. O tratamento e o fornecimento de medicamentos para os pacientes que necessitam são totalmente gratuitos. Qualquer pessoa pode realizar o tratamento.
O Programa do Tabagismo está disponível em 763 estabelecimentos nas 22 Regionais de Saúde do Estado. Para ter acesso ao tratamento basta procurar a unidade de saúde mais próxima.