Saúde
É cada vez maior o número de pessoas que optam pelos medicamentos fitoterápicos (remédio produzido a partir de vegetais ou plantas medicinais). E há experiências bem-sucedidas de pacientes que trocaram, a partir de uma orientação médica, seus medicamentos tradicionais pelos fitoterápicos e estão alcançando bons resultados em seus tratamentos.
Fátima (57) e Joãozinho Sisti (61), moradores da comunidade de Rio Saudade, em Francisco Beltrão, estão entre os que aos poucos vão migrando para essa classe de medicamentos. Ela conta que os dois tratam depressão há algum tempo e tomavam muitos medicamentos industrializados. “Um dia fomos consultar na unidade de saúde da Nova Concórdia e a enfermeira, que já sabia dos nossos problemas e tratamentos, nos perguntou se a gente queria tentar tomar os fitoterápicos, fazer uma experiência, tanto eu como meu esposo aceitamos. Foi uma experiência maravilhosa e não ficamos mais sem os fitoterápicos.”
O tratamento dos dois já dura oito meses. Não foi uma troca total, eles ainda continuam com alguns medicamentos convencionais, mas reduziram a quantidade, para aderir aos fitoterápicos. Salete conta que tomava medicamentos fortes, como Carbonato de Lítio 300, que lhe causavam efeitos colaterais, e agora não precisa mais tomar. Entre os substitutos está a passiflora, que é natural, encontrada no maracujá.
Fitoterápicos na rede pública
Em Francisco Beltrão, há pouco mais de um ano, está em funcionamento a farmácia de manipulação de medicamentos fitoterápicos. O município é um dos pioneiros a implantar a distribuição de fitoterápicos na rede pública de saúde. A farmacêutica responsável Mariane Pavani Gumy percebe que há grande adesão dos profissionais de saúde e dos pacientes. Eles estão recebendo capacitação para entender mais sobre estes tipos de medicamentos.
Grande procura
Já são mais de 5 mil fórmulas manipuladas, 2.300 pessoas atendidas e 300 mil cápsulas distribuídas à população. Os ansiolíticos são os campeões de procura e representam 70% do que foi produzido pela farmácia de manipulação. O projeto é uma iniciativa do Ministério da Saúde, para inserção de plantas medicinais na atenção básica, em parceria entre Prefeitura e Unipar.
Os medicamentos são dispensados somente com prescrição. Os pacientes levam a receita numa das seis farmácias municipais ou na farmácia da partilha e esta receita é encaminhada para manipulação.
Todos os profissionais da rede pública estão recebendo capacitação para a prescrição dos medicamentos fitoterápicos.
Entre os medicamentos mais dispensados estão passiflora (maracujá), castanha da índia, cúrcuma e gincobiloba. Também há chás de pelo menos oito espécies.
A farmacêutica Mariane salienta que, por ser natural, não quer dizer que os fitoterápicos não tenham contraindicações. “Os industrializados têm efeitos bem conhecidos e estudados. Já os naturais ainda precisam de mais estudos.” Ela reforça que há um rigoroso controle de qualidade de todas as fórmulas manipuladas pelo laboratório.
