Todos os meninos com idade entre 12 e 13 anos devem receber a vacina.
Foto: SMS/Divulgação
Desde o início do ano, a Secretaria Municipal de Saúde de Francisco Beltrão, assim como todos os demais municípios, está realizando a vacinação contra o vírus HPV para meninos entre 12 e 13 anos de idade. O esquema vacinal é composto por duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. As meninas já recebem a vacina há alguns anos, mas neste ano o Ministério da Saúde decidiu incluir os meninos no grupo.
O problema é que, de acordo com o acompanhamento da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, a procura pela vacina ainda está baixa e apenas uma pequena fatia da faixa etária que deve ser imunizada recebeu a dose até agora. A vacinação é para meninos de 12 e 13 anos e, em Francisco Beltrão, pelo menos 1.500 jovens devem receber a dose. Mas, até agora, o total de vacinas aplicadas não chegou a 400 doses.
A enfermeira Kátia Schmidt, da Divisão de Vigilância Epidemiológica, revela que a situação é a mesma também nos demais municípios e recorda-se da polêmica que houve no passado quando iniciou a vacinação das meninas. “Criou-se um tabu, tem até algumas igrejas que estão incentivando as crianças para que não recebam a vacina, porque temem que esta seja uma forma de incentivar o início da vida sexual da criança. Isso é falta de informação, os pais precisam acompanhar e se conscientizar da importância desta prevenção”, comenta.
O objetivo da Secretaria de Saúde é disponibilizar equipes para visitar as escolas e promover palestras, orientações e até reuniões com os pais para alertar sobre a importância da imunização contra o HPV. “Não podemos levar a vacina para as escolas, porque ela não pode ser aplicada sem o consentimento dos pais. Contudo, podemos trabalhar a orientação e esclarecer dúvidas. O problema é que isso demanda tempo, já que Beltrão tem muitas escolas, e também estamos operando com uma equipe limitada”, conta Kátia.
Nas meninas, foco é prevenir câncer do útero
O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina para meninos em programas nacionais de imunizações. Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero. O Human Papiloma Vírus (HPV) é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto.
No caso da vacina do HPV, a faixa etária será ampliada gradativamente. Até 2020 a meta é abranger os meninos de 9 anos. A vacina é oferecida em todos os postos de saúde, que atendem das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17h. Para receber a dose, meninos e meninas precisam estar acompanhados por um responsável.
A enfermeira Kátia pede que os pais compreendam o benefício da imunização e preocupem-se com o futuro de seus filhos. “O objetivo é imunizar estas crianças antes de elas iniciarem sua vida sexual, justamente para evitar a contaminação e problemas futuros. Além disso, a vacina está sendo ofertada pelo SUS, sendo que no setor privado as doses têm valores bastante elevados, e aqui é gratuito”, salienta.