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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Autoestima é força indispensável para vencer o câncer

Família, bom humor, autoconfiança e fé são ?soldados? que tornam o tratamento uma batalha menos árdua para o paciente.

 

Neide descobriu que tinha câncer de mama em agosto e será operada dia 11 de dezembro. Família e amigos foram fundamentais para manutenção da autoestima e fé na cura.

 

Há três meses, quando foi ao Hospital do Câncer receber o resultado da biópsia, Neide Alban Hermann lembra que o médico questionou: “Mas você veio sozinha?”. Não em vão, a pergunta precedera o pior: a confirmação de que a professora, de 53 anos, havia desenvolvido câncer de mama. “Falei para o doutor que não iria começar quimioterapia imediatamente. Então ele disse ‘bom, sendo assim, você tem um ano de vida’. Saí do consultório em choque, chorava muito. Aí encontrei minha filha, contei e juntas choramos mais ainda”, relata Neide.

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Parece clichê discorrer sobre a importância da família nesse momento, porém, é ela que dará sustentação para o paciente manter a autoestima, fator indispensável e com “capacidade formidável” de melhorar a saúde intrínseca do ser humano.

“Não só acredito, mas existem estudos sobre como a autoestima influencia muito na resposta, inclusive melhorando a adesão ao tratamento. Ou seja, pessoas com autoestima preservada tendem a manter o otimismo e seguem mais à risca o tratamento. Tudo isso somado ajuda muito na chance de cura”, diz o oncologista Daniel Rech.

O médico cita como exemplo o chamado “efeito placebo” dos medicamentos. “Acontece quando algumas pessoas melhoram de saúde quando tomam remédios sem princípio ativo na composição, apenas acreditando que estão ingerindo o medicamento. Não quero dizer que vai se curar o câncer com o pensamento, mas certamente há uma enorme influência da autoestima na resposta ao tratamento”, argumenta.

Para Daniel, o apoio familiar dá sustentação, força e amparo. “Tenho casos que estão indo muito bem graças, por exemplo, à presença dos filhos”, afirma. No entanto, há outro fator imprescindível: a fé. “Não importa a crença, mas acreditar tem efeitos belíssimos e não deixa de ser uma forma de aumentar a autoestima”, acredita. Segundo ele, eventualmente, as famílias pedem a presença de seus representantes religiosos para acompanhar os pacientes no hospital, que, por sua vez, oferece assistência social e psicológica. 

Depressão
De acordo com o psicólogo e psicanalista Érico Peres Oliveira, a notícia da chegada de um câncer, na maioria das vezes, é encarada como uma sentença de morte. Por isso, é preciso canalizar a atenção ao indivíduo, se possível, transmitindo segurança.

“O paciente corre um sério risco de entrar em um quadro depressivo por conta do diagnóstico. Não é o momento para tratar quaisquer outros assuntos senão os sentimentos da pessoa que está doente. É claro que a família e os amigos estarão em sofrimento também, porém, as lágrimas devem ser extravasadas longe do familiar que está enfermo. Dependendo da forma como a pessoa estiver lidando com a situação, é importante buscar auxílio psicológico, que poderá clarear os sentimentos que surgem a partir do diagnóstico”, aconselha.

Érico lembra que, em situações como no câncer de mama, em que a mastectomia é indicada, a autoestima da mulher pode ficar muito abalada. Dessa forma, o acompanhamento de um psicólogo torna-se fundamental para que se lide com a perda de uma ou ambas as mamas. “É relevante trabalhar a ideia de que se trata de um momento, ou seja, de uma passagem, e que logo após a recuperação poderá ser realizado o processo para a colocação de uma prótese”, diz.

 

Para as maquiadoras do curso do Senac, o “dia de beleza” com as “batalhadoras” da Mão Amiga serviu não só como prática profissional, mas como grande aprendizado de vida.

 

 

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