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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Casos da bactéria KPC reforçam necessidade de cuidados com antibióticos

 

 

Remédios: se houver a necessidade de interrupção,
ela deve ser avaliada criteriosamente.

 

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O Laboratório Central do Estado (Lacen) confirmou que duas amostras enviadas para análise – uma do Hospital Universitário do Oeste do Paraná e uma do Hospital São Lucas, de Cascavel – são positivas para a bactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC). Uma das pacientes já teve alta médica e a outra permanece internada em um leito de isolamento em enfermaria do hospital universitário. Amostras de outros 17 pacientes do HU foram negativas. 

Os resultados não interferem nas rotinas dos hospitais porque todas as medidas preventivas para evitar mais contaminações foram adotadas desde a suspeita dos casos. “Com a orientação do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, o hospital universitário fez a desinfecção de alas e isolou os pacientes suspeitos”, explica o coordenador do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana. 

A postura adotada foi norteada pela Nota Técnica 1/13 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece as medidas de contenção e controle de enterobacterias multirresistentes. “O documento, por exemplo, orienta a não interrupção da assistência em serviços de saúde”, explica o coordenador. Segundo ele, se houver a necessidade de interrupção, ela deve ser avaliada criteriosamente em conjunto com as autoridades locais e por todos os níveis de gestão do sistema de saúde. 

Santana explica que a disseminação de bactérias multirresistentes que contêm enzimas como KPC ou New Delhi Metallobetalactamase (NDM) é um fenômeno mundial, que ocorre em diversas instituições hospitalares do Brasil e de vários países. “A situação é de extrema relevância e preocupação para os profissionais de saúde, pois essas enzimas promovem resistência das bactérias aos antimicrobianos, reduzindo as opções de tratamento”, explica. 

O coordenador ressalta que as infecções ocasionadas por bactérias multirresistentes, como a KPC, têm tratamento. “As opções de antimicrobianos são limitadas e, por isso, o termo “superbactéria” é popularmente conferido a esses micro-organismos. No entanto, o termo não é tecnicamente correto porque dá uma noção superestimada do risco dessas bactérias”, enfatiza o coordenador. 

Santana destaca que o controle dos casos de infecção por multirresistentes pode ser alcançado com um grande esforço multidisciplinar, que inclui, além de outras medidas, detecção precoce de pacientes, implementação de precauções de contato e de tratamento adequado. “A participação do laboratório de microbiologia é fundamental para a detecção oportuna de surtos infecciosos, de modo que oriente a adoção de medidas de prevenção e controle da disseminação”, ressalta. 

Outro fator que contribui para a redução de infecção por multirresistentes é o uso racional de antibióticos pelos profissionais de saúde e pela população. “Esta medida controla o surgimento de novos micro-organismos com resistência a antibióticos”, enfatiza. 

Em 2014, das 1.324 amostras de pacientes enviadas para o Lacen-PR para a identificação de enterobacterias multirresistentes , 694 foram positivas para a KPC. Em 2013, das 1.348, 888 foram positivas para a KPC. 

 

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