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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Centro de Psicologia Aplicada pode retomar atendimentos em julho

Saúde

Em 2019, foram realizados mais de 3.400 atendimentos no Centro de Atendimento Psicológico da Unipar.

Desde meados do mês de março, os atendimentos psicológicos do Centro de Psicologia Aplicada (CPA), da Universidade Paranaense (Unipar), campus de Beltrão, precisaram ser interrompidos em função da pandemia. A previsão é que aos poucos, ao longo do mês de julho, os atendimentos possam ser retomados. “Sempre presando pela segurança de todos, o serviço estará atento às normas de biossegurança institucionais e também aos planos de contingência, considerando o momento extremamente delicado que vivemos atualmente”, destaca professora Taise Signorini, psicóloga responsável pelo CPA, que tem capacidade média de 500 atendimentos por mês. Em 2019, foram realizados mais de 3.400 atendimentos psicológicos, tanto individuais quanto grupais, para crianças, adolescentes, adultos e idosos.

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O CPA, também conhecido como Clínica Escola de Psicologia, iniciou suas atividades em 2018 e constitui-se num espaço equipado e adequado às ações do ensino, da pesquisa e da extensão na área da Psicologia, tripé que caracteriza o ensino superior de nível universitário. Assim, é possível a aproximação do fazer acadêmico com as realidades local e regional, através de propostas que objetivam estimular a inserção do aluno em projetos de extensão à comunidade.

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Além dos atendimentos clínicos, também são realizados processos de avaliação psicológica e orientações a pais. Os acadêmicos do curso de Psicologia podem realizar seus estágios e participar de projetos de extensão que também são oferecidos para a comunidade, como plantão psicológico, orientação profissional e grupos psicoterapêuticos. O CPA atende ainda em diversas esferas da comunidade. “Estamos nas escolas, na comunidade, na UBS de vários bairros e cidades da região. Trabalhamos com inúmeras linhas de atuação da Psicologia, que demonstram a diversidade de pensamento e de abrangência de nossa profissão”, acrescenta professora Taise.

Este espaço oportunizou à comunidade de Francisco Beltrão e região a possibilidade de ter atendimento psicológico gratuito e de qualidade, sempre com orientação de professores capacitados e com experiência na área da Psicologia. De acordo com Taise, o objetivo é ofertar um local adequado para a formação do acadêmico de Psicologia, capacitado para desempenhar suas funções junto à comunidade: “Observando os princípios éticos que regem a vida humana e a atividade profissional, cultivando sentimentos de solidariedade, que lhe possibilitem a compreensão do humano e a formação para a intervenção psicológica, considerando os diversos marcadores sociais que constituem a subjetividade”.

Nem sempre as pessoas reconhecem que necessitam de ajuda
Muitas pessoas não sabem definir quando sua saúde mental está em risco. Para contribuir com esse assunto, o JdeB ouviu Marina Thibes, psicóloga e coordenadora da Clínica Municipal de Saúde Mental, e Taise Signorini, professora e psicóloga responsável pelo Centro de Psicologia Aplicada (CPA), da Unipar.

“Todos nós, em muitos momentos da nossa vida, precisaremos de algum apoio ou mesmo tratamento para conseguir lidar com questões existenciais. Em algumas situações, torna-se um pouco mais difícil lidar com algumas questões específicas. O profissional de Psicologia está habilitado para ajudar em ressignificações subjetivas, frente a alguns processos que podem ser dolorosos”, ressalta Taise, que também é coordenadora do curso de Psicologia da Unipar. “O psicólogo se utiliza de métodos científicos para conseguir compreender nossos comportamentos, que podem chegar a demostrar algum adoecimento mental”, acrescenta.

O objetivo do atendimento psicológico é a melhora da qualidade de vida, podendo atuar em caráter preventivo: “Todos nós poderíamos procurar ajuda psicológica, ou seja, não existe necessariamente um momento específico para procurar ajuda de um psicólogo”. Quem deseja ser atendido no CPA, precisa fazer um cadastro que pode ser preenchido na própria recepção do espaço, necessitando de um documento pessoal e comprovante de residência. A partir desse cadastro, será feita uma triagem para posterior atendimento, conforme a demanda.

Clínica Municipal de Saúde Mental
Segundo Marina, as questões sobre saúde mental são muito subjetivas e, muitas vezes, difíceis de discernir. “O sintoma ou o sofrimento está ali e a pessoa se pergunta: isso é normal (no sentido de conhecido) ou tem algo errado, diferente? Nesse momento, a importância de parar e pensar no quanto de sofrimento estas situações, novas para si, vêm trazendo; o quanto está difícil de suportar, se têm levado a inibir ou limitar funções que antes faziam parte do dia a dia, que eram tranquilas de resolver e agora não mais”.

Para Marina, outro fator importante é estar atento às mudanças que os outros sinalizam, porque, muitas vezes, não se percebem as alterações de humor, irritabilidade e isolamento, situações notadas por quem convive e que comprometem as relações familiares, afetivas, profissionais e sociais. “Este é o momento de procurar ajuda e esta ajuda começa pela equipe do posto de saúde do seu bairro, que, percebendo a necessidade, irá avaliar se poderá ser acompanhado pela equipe do posto ou se haverá a necessidade de encaminhar para a especialidade.”

Esse encaminhamento, se necessário, se dá através de um instrumento chamado estratificação de risco em saúde mental, que avalia os riscos enquanto baixo, médio e alto, bem como o nível de urgência e complexidade. Se for baixo risco, a equipe da atenção básica, do posto, segue atendendo. Os casos mais complexos são encaminhados para a Clínica Municipal de Saúde Mental.

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