Pediatra diz que os sintomas são leves na maioria dos casos.
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O Centro de Saúde Cidade Norte é referência nos atendimentos pediátricos no município.
Foto: Aline Leonardo/JdeB
O número de atendimentos a crianças com sintomas respiratórios dobrou nos últimos 15 dias no Centro de Saúde Cidade Norte, em Francisco Beltrão. O local é referência para as consultas de pediatria (até 12 anos) no município e passou de seis para até 15 atendimentos por dia. Além da preocupação com o novo coronavírus, essa alta também tem a ver com o clima seco e o período de floração próximo à Primavera.
Segundo o pediatra Francisco de Matos, coordenador geral do Centro de Saúde Cidade Norte, apesar de a procura por consultas ter aumentado, normalmente os sintomas apresentados pelas crianças são leves. “Um dia chegou a ter 30 consultas. Mas a maioria é de queixas leves, tosse, dor de cabeça, dor no corpo, febre. Nesta época do ano, já é esperado esse aumento.” As crianças de 3 meses a 5 anos são as mais afetadas.
Conforme o protocolo para a Covid-19, todos os casos que chegam à unidade com sintomas respiratórios são considerados suspeitos. “Se os sintomas estiverem se manifestando entre o terceiro e sétimo dia, já é feita a coleta para exame e os familiares são isolados, dou atestado para todos”, conta dr. Francisco.
Assim, a família é isolada e recebe o acompanhamento da equipe de Saúde. No entanto, o médico relata que muitos pais não seguem as orientações. “Vejo muito a negação da família em relação à doença, acham que é só uma gripe, não sabem como pegou, dizem que não saíam de casa, ficam surpreendidos. Se não está dentro do período para o teste, a gente marca para retornar dali dois, três dias fazer a coleta e eles não vêm, telefone dá na caixa postal. Temos que fazer um trabalho de conscientização, a população está na rua, continua frequentando lugares. No começo, o que fazíamos era para controle da doença, agora é epidemiológico.”
Em Beltrão, dos 1.250 casos de Covid-19 confirmados até ontem, 63 eram de crianças. No Centro de Saúde Cidade Norte, dr. Francisco destaca que não houve, até o momento, nenhum caso pediátrico grave e poucas crianças internam. Dessa forma, é feito o atendimento protocolar e o acompanhamento. “Como ainda não tem nenhum medicamento com eficácia cientificamente comprovada, medicamos conforme o sintoma, se tem dor, febre, damos um analgésico, antitérmico, um antibiótico se suspeitamos de uma infecção bactericida, e sempre orientamos, se houver piora ou permanência dos sintomas, que retorne à unidade para ser reavaliado.”