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domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Clínica de Saúde Mental conta com mais de seis mil atendimentos em um ano

Aos pacientes mais antigos, o atendimento está sendo remoto, já para as urgências e primeiras consultas é presencial.

Clínica de Saúde Mental conta com mais de seis mil atendimentos em um ano.

Urgências e primeiras consultas são presenciais, depois o atendimento é remoto. 

Fotos: Leandra Francischett/JdeB

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A Clínica Municipal de Saúde Mental, de Francisco Beltrão, já fez 6.394 atendimentos em um ano. São atendidas pessoas que necessitam de assistência de média e alta complexidade, através de tratamento clínico medicamentoso, psicoterapia individual e em grupo e oficinas de arte terapia. “Desde o início dos atendimentos, em meados de julho de 2019 até 31 de dezembro de 2019, realizamos 3.002 atendimentos, entre psicologia, psiquiatria, serviço social e grupos”, comenta Marina Thibes, psicóloga e coordenadora da clínica. A instituição foi inaugurada em 15 de julho de 2019.

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Segundo Marina, em 2020, até ontem, dia 22 de junho, houve um aumento significativo no atendimento na especialidade de psiquiatria — em torno de 30%. Já para o serviço de psicologia, permanece na mesma média, dado ao atendimento das situações mais graves, pois reduziu-se o número de atendimentos neste período de pandemia, pelo risco de contágio, passando a atender somente os pacientes mais instáveis, de maior urgência.

“Mas não paramos, nunca deixamos de atender à demanda de saúde mental. O aumento também se dá pela organização do serviço que foi se estruturando, os fluxos foram se estabelecendo, o acesso ao serviço aumentou, então, necessariamente, sabíamos que haveria um aumento, isso não se dá somente ao fator pandemia, mas sim ao processo de implantação do serviço que é gradativo”, analisa a coordenadora.

Neste período, houve uma preocupação para que os pacientes dessem seguimento ao tratamento, apesar do isolamento e do risco de contágio. “Senão, teríamos um problema muito maior, um paciente de saúde mental em casa, instável, sem tratamento, seria um prejuízo muito grande na saúde do usuário e traria também repercussão no seu meio familiar, considerando a necessidade de proximidade dos familiares em isolamento neste momento, então o usuário sem tratamento repercutiria na saúde de todos os familiares.”

A clínica aderiu ao atendimento remoto no caso dos pacientes mais antigos e o presencial às urgências e à primeira consulta. “O município tem uma característica muito própria e devemos respeitar isso, suas necessidades, demandas, ouvir o usuário, entender como podemos desenvolver o trabalho e atendermos da melhor forma, a mais humanizada possível. É isso que temos feito, com o apoio da administração. Este momento que estamos vivendo é novo, é difícil, não há como saber antes, é preciso aprender no caminho. O resultado de tudo isso ainda não sabemos, o que sabemos é que precisamos agir nesta realidade e seguirmos trabalhando da melhor forma que pudermos, com o compromisso com o usuário.”

A Clínica de Saúde Mental fica na Rua Bahia, Bairro Vila Nova, mas o encaminhamento é feito pelas redes de apoio, como Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Estratégias Saúde da Família (ESF) até os atendimentos de emergências nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Pronto Socorro (PS) e atendimentos mais especializados, como os centros de Atenção Psicossocial (Caps) e ambulatórios.

Tratamentos oferecidos
A clínica objetiva ser um espaço de acolhimento e tratamento em saúde mental, com atendimentos de psicologia e psiquiatria, enfermagem, serviço social e clínica do tabagismo. Com a pandemia, houve a necessidade de parar com os atendimentos grupais. As atividades são realizadas por uma equipe multiprofissional, que inclui assistente social, enfermeiros, técnicos administrativos, auxiliar de serviços gerais, além de médico especialista em psiquiatria e psicólogos.

 

Em caso de necessidade de atendimento, como proceder?

A coordenadora Marina Thibes explica que a Clínica Municipal de Saúde Mental é um serviço de nível intermediário, de atenção secundária, especializada e, assim como todos os encaminhamentos para as especialidades, é feito através da atenção básica, que são as unidades de saúde e Estratégia Saúde da Família — postos de saúde do bairro ou comunidade onde o usuário vive. Desta forma, as equipes conhecem seus usuários e os acompanham mais de perto. A partir do momento que o paciente precisa de um atendimento especializado, ele não deixa de ter vínculo com o serviço de origem, dada a importância de ser um cuidado e atendimento compartilhado.

“O SUS é um sistema de saúde que prioriza o trabalho em rede, e isso vem ao encontro das políticas de humanização, de entendermos que não se fragmenta o sujeito por patologia, passando a vê-lo por uma única ótica. Neste sentido, o vínculo com o território é o que torna possível um bom atendimento, pois há uma proximidade com o usuário. Precisamos pensar sempre que estamos atendendo sujeitos e não somente doenças, e sujeitos vivem em seus espaços, se relacionam, formam vínculos, têm outras questões que repercutem em sua saúde mental, e a equipe das unidades de saúde estabelece esse vínculo tão necessário, fazendo essa ponte entre o usuário, seu contexto social e as especialidades”, completa Marina.

A Clínica de Saúde Mental fica na Rua Bahia, Bairro Vila Nova, mas o encaminhamento é feito pelas redes de apoio, como UBS, ESF, UPA, PS e Caps.

 

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