Depois da entrega da obra, a mudança vai iniciar apenas no final de dezembro.

A mudança está prevista para começar em dezembro.
Em maio de 2012, a Associação Regional de Saúde do Sudoeste (ARSS) e a Empremac assinaram o contrato para a construção da nova sede para o Centro Regional de Especialidades (CRE) em Francisco Beltrão. À época, o contrato previa que a empresa deveria entregar a obra pronta no prazo de um ano. Mas o primeiro ano chegou, passou e a inauguração do CRE ficou “para depois”.
Hoje, mais de quatro anos depois da assinatura do contrato, parece que a construção finalmente está chegando ao fim. Segundo o presidente da ARSS, o prefeito de Ampere, Hélio Alves (PDT), a Empremac se comprometeu em entregar a obra até o fim do mês de novembro. “Após o recebimento, nós vamos reunir toda a equipe para ver de que maneira vamos fazer a mudança. Pretendemos iniciar no fim de dezembro”, informa o prefeito.
Segundo Hélio, a mudança não deve acontecer toda de uma vez. Vai requerer um estudo para fazê-la de modo mais eficiente, afinal, como o próprio prefeito diz, “é uma construção muito grande, com mais de cinco mil metros de obra construída, temos uma série de coisas para ver como deve ser feito”.
Dessa forma, o CRE deve estar disponível para atendimento da população no início do ano que vem.
Motivos do atraso
Sexta-feira dia 25, prefeitos e secretários de Saúde da região reuniram-se com profissionais da ARSS e representantes da 8ª Regional da Saúde, do Hospital Regional, do Cresems e do Hemonúcleo para discutir detalhes da mudança.
Dos 27 municípios que compõem a associação regional, estiveram presentes apenas os prefeitos de Bom Jesus do Sul, Cezar Bueno (PSDB); de Barracão, Marco Aurélio Zandoná (PMDB); de Salto do Lontra, Maurício Baú (PP); de Salgado Filho, Beto Arisi (PMDB); de Flor da Serra do Sul, Lucinda da Lima Rosa (PSC); e Hélio Alves, de Ampere.
Na ocasião, todos deixaram claro: é preciso liberar logo o novo CRE para atender a população regional – há uma demanda de atendimento de quase 800 pessoas por dia. O prefeito Hélio explicou o atraso: “Durante minha gestão, eu percebi que foi por causa, principalmente, de entraves com liberações de recursos, por projetos de engenharia que tiveram que ser mudados, coisas nesse sentido. É uma obra do Governo Federal, com emendas de vários parlamentares, então precisa sempre rever o projeto, arrumar. Acredito que foi uma demora documental, mas foi uma demora muito grande, então agora temos que mudar o quanto antes, para dar melhor qualidade de vida para as pessoas que utilizam o CRE”.
Aumentos do custo
Durante a reunião, a equipe da ARSS apresentou uma tabela de custos estimados com a nova sede – haverá um aumento de custo em praticamente todos os setores do CRE, desde contratação de médicos até pagamento da conta de luz. Prevê-se uma elevação de R$ 77 mil nos gastos mensais. Por isso, foi proposto um aumento nas mensalidades que os municípios pagam para participarem da associação.
Atualmente, cada município paga R$ 0,66 per capita (66 centavos para cada habitante do município). A associação apresentou duas opções: aumentar 20%, para uma mensalidade de R$ 0,79 per capita, ou 30%, que levaria para R$ 0,85. Apesar dos argumentos a favor do aumento maior, que permitiria um trabalho mais completo no novo CRE, os prefeitos votaram e escolheram o aumento de 20%, um valor mais praticável, considerando-se a situação econômica atual, que dificulta todo o orçamento municipal e exige sobriedade nos gastos. A partir do ano que vem, com o CRE em funcionamento, acontecerão novas assembleias para avaliar se será necessário um investimento maior.
Nova eleição
A inauguração do novo CRE deve acontecer apenas no início de 2017. Desta forma, Hélio Alves não estará presente como presidente da associação, pois sua gestão termina neste ano. O prefeito assumiu em fevereiro deste ano, substituindo o prefeito de Marmeleiro, Luiz Bandeira (PP), que renunciou para tomar a frente da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop). “Eu me dediquei muito durante esse período, desde fevereiro, e vencemos vários desafios, graças ao apoio da equipe da ARSS e também da 8ª Regional de Saúde e do Hospital Regional, que não podemos trabalhar separados”, afirma Hélio.
A associação já publicou o edital definindo a data da próxima eleição para o dia 6 de janeiro e presidente comenta que está trabalhando com o prefeito de Bom Jesus do Sul, Cezar Bueno, como possível sucessor. “Ele é prefeito, mas também é enfermeiro, já foi secretário da Saúde, então pensamos que ele pode assumir junto com mais alguns prefeitos ligados à área.”
Durante a assembleia, Cezar se manifestou, dizendo que, independentemente de ele ser o próximo presidente, é preciso tratar a ARSS com uma gestão técnica, e não apenas política, e destacou a necessidade de a associação lidar com a inadimplência dos municípios, considerando que muitos não pagam as mensalidades de forma adequada e isso causa dificuldade na gestão da entidade. Cezar propôs, inclusive, a possibilidade de sanções para os municípios inadimplentes.
CRE de Pato Branco
A construção do novo CRE de Pato Branco encontra-se em situação semelhante. No entanto, o Jornal de Beltrão tentou contato com o Consórcio Intermunicipal de Saúde (Conims), dos municípios daquela microrregião, em duas ocasiões durante esta semana, mas os responsáveis não se encontravam no local.

Foto: Rubens Anater/JdeB