Izabel Cristina da Silva Godinho comenta como é viver esta dupla jornada e suas percepções sobre o comportamento dos filhos e dos alunos.

Izabel Cristina da Silva Godinho é mãe de Maria Alice, 6 anos, e de Luiz Augusto, 1 ano e 10 meses, e é professora de Educação Infantil. Ela comenta como é viver esta dupla jornada e suas percepções sobre o comportamento dos filhos e dos alunos.
Como mãe, acredita que as crianças estão sofrendo muito com a pandemia. “Enquanto as maiores se queixam de toda essa situação, as menores não sabem se expressar falando, mas é possível perceber seu nível de estresse todos os dias, quando choram sem motivo aparente, quando nada mais lhes agrada, quando têm crises nervosas, não conseguindo ter uma noite tranquila de sono e até mesmo quando não se alimentam direito.”
E acrescenta: “Não podemos esquecer que as crianças maiores, além de todo o peso emocional que já carregam, também conseguem perceber todos os problemas que nós pais enfrentamos, e isso também as atinge. O fato de não poderem sair de casa e não terem mais contato com outras crianças é o que mais afeta seu emocional.”
Izabel conta que o filho caçula não teve muitas experiências na escola com outras crianças, pois quando começou a frequentar, no ano passado, as aulas foram interrompidas pela pandemia, mas já apresenta sinais de estresse. Maria Alice já teve contato com outras crianças, com a escola e outros ambientes externos, e por isso foi afetada de forma ainda maior. “Eu me esforço ao máximo pensando em atividades e brincadeiras para que eles não fiquem tão ansiosos e nervosos com essa situação.”
Além disso, como professora de Educação Infantil, sabe da importância que as atividades escolares têm neste momento. “Essas atividades são o mais próximo que elas podem chegar da escola, e são uma oportunidade de estar mais tempo com os pais e de fazerem algo diferente no dia a dia, além de aprender. Sei que não é fácil para os pais que trabalham durante o dia participarem, e sei por experiência própria que é mais fácil fazer atividade com 20 ou 30 em uma sala do que com um ou dois filhos em casa, mas, realmente é importante para eles.”
Por essa razão, Izabel procura planejar suas atividades de forma a facilitar para os pais, incluindo materiais que eles tenham em casa, nos momentos do dia em que podem fazer e em como será mais fácil para a criança participar e aprender. “Acredito como mãe e professora que agora, mais do que nunca, família e escola devem trabalhar juntas, para amenizar um pouco o que as crianças estão enfrentando.
Esse é um momento em que, além de cuidar da própria saúde física e mental, precisamos ser ainda mais fortes para cuidar dos nossos filhos.”
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