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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

“Deus, que eu possa fazer diferença e que a gente não perca ninguém” pede técnica em Enfermagem da UPA

Prece é de Talita Gizele Corrêa Barboza, técnica em Enfermagem na Ala Covid da Upa.

 

Talita Gizele Corrêa Barboza, técnica em Enfermagem da UPA, preparada para trabalhar.

O que vem a sua mente na hora de trabalhar? Esta foi uma das perguntas que a reportagem do JdeB fez a Talita Gizele Corrêa Barboza, técnica em Enfermagem que atua no setor de urgência e emergência da Ala Covid na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Francisco Beltrão.

“Como eu sou apaixonada pelo que faço, penso que meu trabalho faz diferença na vida de alguém. Os cuidados na enfermagem fazem com que as pessoas melhorem, seja na medicação, na coleta de sangue pra exames. Penso ‘agora eu vou cuidar de alguém’. Vou trabalhar satisfeita porque sei que os meus filhos estão bem cuidados com o pai deles. Peço a Deus que vá comigo, que eu possa fazer diferença no local de trabalho e que a gente não perca ninguém. Pode ser que eu não conheça, mas é o amor da vida de alguém”, responde.  

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Talita é casada com Edson Barboza e mãe de Calebe Pedro, 6 anos, e Eloá Israeli, 1 ano, e precisa conciliar o trabalho com as necessidades da família. Sua rotina mudou bastante neste período de pandemia, porque ela não tem quem cuide das crianças durante o dia e não há creche para Eloá desde o ano passado, quando Talita precisou voltar a trabalhar. Calebe está com aulas on-line. Diante disso, ela precisou trocar de horário de trabalho, sendo transferida para a UPA, onde faz 12 horas no período da noite.

“A nossa rotina mudou completamente, porque as crianças passaram a ficar sem a minha presença à noite, mas com minha presença durante o dia. Logo que entrei trabalhar lá, final do ano passado, trabalhava todas as noites, seis horas, porque a Eloá era um pouco menor, por causa da amamentação e também pela necessidade maior na época ser durante a noite. Eu fazia das 18h à meia-noite.” Com a atual demanda de profissionais da saúde e a nova onda de contaminação, a necessidade de profissionais aumentou, então Talita passou a fazer 12 horas, das 19h às 7h.

Cuidados redobrados
Talita conta que foi necessário mudar o jeito de trabalhar no setor da saúde. “Por exemplo, lá na UPA, a gente não usa nossa roupa, usamos um pijama da unidade mesmo; avental de TNT; um avental impermeável, o capote; óculos; máscara; luva e touca o tempo todo. Saio às 7h da manhã, tomo banho antes de vir pra casa e isso não fazia parte da nossa rotina. A gente trabalhava com nossa roupa, somente com o jaleco; máscara a gente sempre usava pra fazer algum procedimento mais próximo ao paciente, mas não durante todo o plantão. Isso são coisas bem diferentes, mudou bastante o atendimento aos pacientes, o cuidado redobrou. A gente tem que pensar no paciente e na gente também.”

Apesar de todos os cuidados, o potencial de contaminação do coronavírus é tão alto que ela e o marido acabaram pegando Covid início deste mês. “Eu passei um pouquinho melhor, mais tranquila, mas o Edson passou bastante fraco, teve sinusite devido à Covid. Eu sinto um pouco de fraqueza ainda, a gente cansa com maior facilidade, mas estamos bem, graças a Deus.”

Edson e Talita Barboza com os filhos Eloá, 1 ano, e Calebe, 6 anos. Talita alterou sua rotina para conciliar o trabalho na UPA e a família. Foto – Arquivo pessoal. 

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