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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

Em Beltrão, preocupação da Saúde é evitar epidemia de dengue

Manoel Brezolin: uma avaliação sobre a saúde pública de Beltrão.

Por Rodrigo Accorsi – A maior preocupação, hoje, na área da Saúde, em Francisco Beltrão, é com relação à dengue, segundo o secretário Manoel Brezolin. Ele atribui esse problema às dificuldades que a pandemia de covid-19 causou em todo o aparato, nas equipes e em toda organização do sistema de Saúde. “Muitas ações preventivas, acabaram ficando de lado e no momento em que a pandemia melhora sua condição e que nos programamos para retomar esse sistema de Saúde que ficou paralisado durante tanto tempo, vem um surto de dengue e novamente nos obriga a deixar essa parte de lado.”

De acordo com ele, lidar com a pandemia de covid-19 foi colocar à prova todo o sistema de saúde, porque é um sistema público, com toda sua inerente burocracia e lentidão, com a exigência de processos de licitação, concursos e planejamento antecipado. “Aí vem uma pandemia e exige decisões rápidas e ações imediatas das autoridades de Saúde, sem muito conhecimento sobre a doença. Esse foi o grande desafio de se trabalhar em cima da pandemia.”

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A dengue não é uma doença que se combate com uma única ação, com um único movimento, nem com uma única Secretaria ou um único setor. “Nós temos múltiplas ações para combater a dengue. É uma doença que não tem vacina, não tem tratamento específico e tem um mosquito ainda como um transmissor”, argumenta Manoel. Ele explica que para atendimento dos casos confirmados ou suspeitos é preciso organização do serviço, além de definir o fluxo nos atendimentos. “Precisamos adaptar as unidades, adequar as equipes e contratar profissionais. Necessitamos dessa logística de atendimento, além da articulação com todos os pontos de atenção, porque se travar um, compromete todos os demais.”

Sem a população, fica difícil

Se faltar leitos nos hospitais, de acordo com o secretário, as pessoas que precisam desse atendimento, ficam nas unidades de Saúde, o que traz mais dificuldades. “Temos que direcionar as ações das equipes que trabalham no monitoramento e nos bloqueios. Existe uma outra parte, que é a parte de saber como diminuir o número de mosquitos. Para diminuir o número de casos, precisamos diminuir o número de criadouros do mosquito e nisso a gente precisa muito da participação da população.”

O grande desafio, segundo ele, é exatamente esse: como mobilizar a população para que participe efetivamente no combate ao mosquito transmissor? “Temos uma parte da população envolvida com várias ações, mas ainda é uma participação muito pequena. Os serviços da Secretaria da Saúde trabalham intensamente no combate aos criadouros, mas fica claro que sem uma participação maciça da população, fica muito difícil.”

Os principais gargalos do setor da Saúde no município, depois da covid-19 e da dengue, segundo Manoel, são os relacionados a consultas de especialidades e cirurgias eletivas. Há dificuldades em algumas especialidades por falta de profissionais que não atendem à demanda e uma capacidade hospitalar que também já não atende mais toda a região. “Para nos ajudar nisso, existem dois projetos importantes: a ampliação do HR e a construção do Hospital Intermunicipal, já em andamento. Temos também algumas ações de aproveitar melhor a estrutura hospitalar da região, pensando em hospitais menores, que também poderão ser envolvidos na demanda desses atendimentos de cirurgia eletiva, principalmente.”

Estrutura do município

Quanto à atual estrutura da Saúde do município, Manoel diz que é necessário separar a estrutura do atendimento primário e a estrutura dos atendimentos secundários e terciários, que são os atendimentos de especialidades e hospitalares. “No atendimento primário, entendo que a estrutura é boa e que a necessidade é muito mais de organizar esse serviço para que ele funcione na sua totalidade e aproveitar na integralidade todos os recursos disponíveis. Na questão hospitalar é que temos uma dificuldade um pouco maior.”  Francisco Beltrão é um polo regional na Saúde e hoje é referência em muitos serviços para os 27 municípios que pertencem à 8ª Regional de Saúde.

A administração pública de Francisco Beltrão tem consciência de que é cada vez mais importante a relação da sua Secretaria de Saúde com as secretarias da região. Manoel Brezolin, secretário municipal, entende que todas as ações precisam ser pensadas e organizadas de forma regional. “Não há como Francisco Beltrão estar bem se os outros municípios estão mal e vice-versa. A administração pensa nesse sentido, de que a Saúde tem que ser discutida regionalmente.  O Estado e o governo federal também têm essa conduta. O alinhamento é bem consistente nesse sentido.” Ele conta que a relação do município com o Estado é muito boa, principalmente por meio do Conselho Regional dos Secretários de Saúde (Cresems), em que as ações regionais passam sempre por debates antes de serem implementadas.

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