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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Em meio à pandemia, UTI do HRS completa uma década de atendimento

Responsável pela unidade, dr. Paulo Fortes relembra início das atividades e apela à população: “Não subestimem a Covid”

Dia 10 de agosto, a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Regional do Sudoeste (HRS) completou uma década de atendimentos. Junto com o aniversário, veio também o maior desafio da unidade, o enfrentamento ao coronavírus, doença que já deixou 17 vítimas fatais, só em Francisco Beltrão. “O maior desafio da UTI realmente está sendo a luta contra o coronavírus. É uma doença nova, é uma doença com alta transmissibilidade, é uma doença grave”, aponta o médico e doutor em Nefrologia, Paulo Fortes, responsável pela unidade nesses dez anos.
A unidade no HRS conta com dez leitos e uma equipe formada por 26 técnicos, seis enfermeiros assistenciais, um enfermeiro coordenador, um fisioterapeuta coordenador, quatro fisioterapeutas assistênciais, dois psicólogos e três nutricionistas. Devido à pandemia, uma outra UTI com nove leitos precisou ser criada. E, embora sejam equipes distintas que atuem em cada uma das UTIs, o trabalho redobrou, levando profissionais a terem a carga horária estendida e precisar estar mais atentos a protocolos que antes não participavam da rotina hospitalar.
“É uma doença que muita gente subestima e uma doença que não temos um tratamento específico. Há dúvidas. Então, realmente, a doença é um desafio completamente novo e que exige muito na equipe, colocando em prova todos os profissionais envolvidos no tratamento da doença”, aponta dr. Fortes, que apela para a população manter os cuidados, já que a própria medicina sofre na hora de aplicar o tratamento.

Três mil pacientes em dez anos
Quando chegou em Beltrão, em 2010, e a convite da gestão hospitalar, o dr. Fortes trazia na bagagem a responsabilidade de abrir uma nova UTI no Hospital Regional do Sudoeste (HRS), inaugurado em fevereiro daquele ano.
Desde então já foram atendidos cerca de três mil pacientes. Um deles, relembrado pela equipe, mantém contato com os profissionais até hoje.
Era durante os surtos de H1N1. “Tivemos um paciente que acabou ficando quatro meses com a gente. Foi uma recuperação muito difícil, em que a maior parte do tempo esteve em ventilação mecânica. Esse paciente emagreceu bastante. Saiu da UTI com uns 20 quilos abaixo do que ele entrou, mas um paciente que lutou muito pra sair, pra se recuperar. E esse paciente regularmente vem nos visitar. E deixa a mensagem dele de agradecimento”, conta Fortes.
Outro caso é de uma jovem que corria risco de morte devido a uma pancreatite necro hemorrágica – quadro mais agudo de uma inflamação no pâncreas. “Essa menina teve duas paradas cardíacas. Foi reanimada duas vezes na UTI e acabou sobrevivendo à pancreatite e às paradas. E a mãe dela era, como toda mãe, extremamente confiante no trabalho da equipe e na crença em Deus. Sempre acreditando que a menina ia sair. E, no final, ela saiu. Às vezes a gente fica cético quando vemos pacientes gravíssimos”, pontua.
Neste ano, em que há o desafio de uma nova doença, dr. Fortes e a equipe têm se dedicado a salvar vidas, como sempre o fizeram. Ele destaca que, nesses dez anos, a UTI se tornou um local de referência e dedicação à população do Sudoeste.
“Dia 10 de agosto a UTI completou dez anos desde o primeiro paciente. Acho que a UTI do HRS tem um papel social importante nesse período. É uma década, não é um ano ou dois, são dez anos de atividades. Então agradeço a toda a equipe, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, pessoal da higiene, pessoal do administrativo, à população e à sociedade que, de uma forma ou de outra, colaboraram para UTI se estruturar e atender a todos. Ainda friso que, nesse momento de pandemia, é preciso não subestimar a doença. Evitem a aglomeração. Cuidem-se!”

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