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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Entidades médicas aguardam há 10 meses decisão do STF sobre suspensão das orientações do Ministério da Saúde para uso da cloroquina em tratamento do Coronavírus

Saúde

Assessoria – O documento encaminhado ao STF mostra, por meio de estudos internacionais, que o uso do “tratamento precoce” aumenta o risco de morte para os pacientes que fazem uso dessa medicação

Há quase 10 meses a CNTS – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde em parceria com a Rede Liberdade, por meio do escritório Rubens Naves Santos Jr Advogados, apresentou junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) com pedido de liminar. O documento se refere aos perigos do uso da cloroquina e segue sem resposta ou julgamento.

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A ação, com orientação técnica de diversas entidades da comunidade médica e científica, como Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Consórcio Nordeste, Instituto Questão de Ciência (IQC), Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas, Sociedade Brasileira de Microbiologia e Sociedade Brasileira de Mutagênese e Genômica Ambiental, pede que o Governo Federal que suspensa as orientações, recomendações e propagandas de uso de cloroquina e/ou hidroxicloroquina para pacientes acometidos de Covid-19 em qualquer estágio da doença, suspendendo os contratos de fornecimento desses medicamentos para esse fim.

Várias entidades renomadas e especializadas se mobilizaram e já vinham se manifestando amplamente contra o uso desses medicamentos pela falta de efeito terapêutico comprovado, em qualquer fase da infecção por coronavírus. O Brasil é o único país do mundo que está insistindo nesse tratamento.

Embora tenham surgido alguns estudos preliminares que indicassem que esse poderia ser um caminho, a ação mostra e evidencia que todos os estudos posteriores que contaram com grupos maiores de pacientes e metodologias mais adequadas foram contundentes: o uso da cloroquina e hidroxicloroquina não tem eficácia contra o tratamento da Covid-19 em nenhuma das fases da doença, e ainda aumenta o risco de morte dos pacientes.

O documento encaminhado ao STF esclarecia ainda que as principais conclusões verificadas pela análise de diversos estudos são:

– O uso da hidroxicloroquina com o antibiótico azitromicina traz vários riscos cardíacos para os pacientes que fazem uso dessa medicação;
– Foram relatados eventos adversos, particularmente eventos gastrointestinais, com mais frequência em pacientes que receberam a hidroxicloroquina;
– Não foi encontrado NENHUM benefício no uso dessa medicação em pacientes com COVID-19, que, na verdade, pode agravar o quadro de saúde do paciente;
– Não há diferença na progressão da doença em pacientes tratados com essa medicação para progressão da COVID-19, seja no uso precoce (profilático), seja no uso em pacientes em estado grave;
– Não houve benefícios adicionais na eliminação do vírus com a adição de hidroxicloroquina ao tratamento padrão para COVID-19;
– Foi notada substancial aumento da taxa de mortalidade em relaçãoo em pacientes que fizeram o uso dessa medicaçãpo (em comparação aos que não usaram, em diversos estudos).

Até a OMS (organização Mundial de Saúde) já havia suspendido em 25 de maio de 2020 seu estudo sobre hidroxicloroquina, por conta dos efeitos adversos demonstrados em estudos publicados.

O documento argumentava, ainda, que o gasto desnecessário com esses medicamentosa traria imenso dano ao erário, ocupando os parcos recursos, que poderiam ser usados para comprar insumos (como Oxigênio, máscaras, medicação para intubação etc.), com tratamento ineficaz.

A ação segue no STF para análise e decisão do Ministro Kassio Nunes Marques, por enquanto, sem nenhum tipo de retorno.

Aumentam os casos de pacientes diagnosticado com a Covid-19 que se trataram com o “tratamento precoce” ou ‘kit Covid’ defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, que têm ido para a fila de transplante de fígado por desenvolver intoxicação chamada hepatite medicamentosa.

De acordo com o HC (Hospital das Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o uso prolongado de remédios, enjoo, cansaço, confusão mental, olhos e pele amarelados são o histórico que levou ao diagnóstico da doença. Esse tipo de hepatite é uma intoxicação provocada pelo uso da azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina no tratamento da Covid-19.

Esse mix farmacológico não é reconhecido e é contraindicado por entidades como a OMS, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e da Europa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), há mais de 10 meses.

Está nas mãos do Supremo Tribunal Federal extirpar esse engodo do Sistema Único de Saúde, acabar com a falsa esperança à população e parar o gasto inútil de dinheiro público.

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