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quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Entre 10 países mais populosos, 9 já iniciaram vacinação

Saúde

Por Patrícia Campos Mello (Folhapress)

Entre os dez países mais populosos do mundo, apenas um ainda não começou a vacinação contra a Covid-19: a Nigéria. No entanto, o número de doses administradas em muitos desses países mais pobres não é suficiente nem para 5% de seus habitantes, considerando apenas a primeira dose.

Todas as vacinas atualmente em uso requerem duas doses para garantir eficácia total. A única imunização administrada em dose única, fabricada pela Janssen, ainda não obteve autorização emergencial em nenhum País.

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Bangladesh, o nono entre os dez com mais moradores a começar a vacinação, iniciou domingo, 7, sua campanha, e planeja inocular num mês 3,5 milhões com a vacina da AstraZeneca.
Nos Estados Unidos, terceiro País mais populoso, foram aplicados 41 milhões de doses, que corresponderiam a uma dose para cerca de 12,4% de sua população (embora o CDC tenha informado que 9,1 milhões de pessoas já receberam as duas doses).

Já a Indonésia, em quarto no ranking de população, só aplicou imunizante para a primeira dose em 0,01% de seus habitantes. Na Índia, administraram doses equivalentes a só 0,43% da população, e no México, a 0,5% do total.

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O Paquistão começou sua campanha, quarta-feira, 3, após receber 500 mil doses da vacina Sinopharm de presente da China. Por enquanto, só profissionais de saúde serão inoculados, e a vacinação em massa ainda deve demorar dois meses para começar.

Alguns países estão aplicando a primeira e segunda doses nos profissionais de saúde, e só a primeira nas outras pessoas, normalmente idosos, pacientes com comorbidade e outros grupos considerados de risco. Como isso varia, não é possível precisar o número de vacinados em cada lugar.

A China, apesar de ter desenvolvido e estar fabricando várias vacinas, por enquanto só administrou doses equivalentes a 2,2% de sua população de 1,39 bilhão.

No Brasil, segundo dados compilados por consórcio de veículos brasileiros, foram administradas 3,5 milhões de doses, equivalentes a 1,6% da população.

Comparados a países mais desenvolvidos e menos populosos, o progresso da vacinação nessas nações é pífio. Israel lidera, com 62,9 doses a cada 100 habitantes, seguido do Reino Unido, com 17,6, e Estados Unidos, 11,8.

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São muitos os obstáculos para os países com mais população e menos renda: dificuldade de obter as doses necessárias, uma vez que, em meio ao nacionalismo sanitário, governos ricos compraram antecipadamente a maioria das vacinas; problemas de conservação do produto onde a logística para refrigeração é deficiente; custo; e boatos sobre os imunizantes que assustam a população.

Em Bangladesh, o governo esperava vacinar um número muito maior de pessoas neste primeiro mês, cerca de seis milhões, mas como apenas 328 mil se registraram, reduziu a meta. O País recebeu cinco milhões, dos 30 milhões de doses que encomendou ao Serum Institute da Índia, além de dois milhões de unidades doadas pelo governo indiano.

“Apelo às pessoas que não prestem atenção nos boatos e venham se vacinar”, afirmou o ministro da Saúde do País, Zahid Maleque.

Na Indonésia, o governo adotou uma abordagem diferente –começou a vacinar pessoas entre 18 e 59 anos, economicamente mais ativas, que têm mais probabilidade de espalhar o vírus, embora sejam menos vulneráveis à forma mais grave da doença.

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A vacinação das pessoas com mais de 60 anos só começou ontem, 8, usando a Coronavac.

Na Nigéria, o governo nem deu estimativa para o início da imunização, dizendo apenas que está tentando obter as doses até o fim deste mês de fevereiro.

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