A ocupação das UTIs também continua alta, chegando a 95%.
A pandemia do coronavírus está dando sinais de uma nova onda no Paraná, com a taxa de transmissão da doença (Rt) acima de 1 desde o fim de abril, e o efeito aparece na fila de espera por leitos do SUS exclusivos para tratamento da Covid-19. Os números estão aumentando na Macorregião Oeste, da qual os municípios do Sudoeste fazem parte: maio iniciou com 32 pacientes aguardando leitos e na quinta-feira, 13, havia 60, um aumento de 46%.
Na Macrorregião Oeste, dia 1º de maio, quatro pessoas esperavam por um leito de UTI e 28 por leito clínico (32 no total). Uma semana depois, dia 8, já havia 59 pacientes na fila — 16 aguardando pela UTI e 43 por leito clínico. E dia 13 de maio, data da última atualização dos dados no Portal da Transparência do Governo do Estado até o fechamento desta reportagem, 32 pessoas precisavam de UTI e 28 esperavam por leito clínico. A ocupação dos leitos também foi crescendo, principalmente na UTI.
Embora não chegue a 100%, a demanda fica reprimida devido à regulação de leitos feita pela central estadual — quando não há disponibilidade numa região, o paciente é encaminhado a outra. Dia 1º, a ocupação das UTIs era de 92% e da enfermaria, 50%; uma semana depois, dia 8; o índice até baixou para 91% na UTI, mas aumentou para 56% na enfermaria. E quinta, dia 13, passou para 95% na UTI e 57% na enfermaria. Confirma mais detalhes nos gráficos.
Nova onda
O secretário de Saúde de Francisco Beltrão, Manoel Bresolin, disse ontem, em entrevista à Rádio Onda Sul, que esse aumento nos internamentos demonstra o início de uma nova onda de contágio. “A gente acreditava que não fosse mais ter uma outra onda, em função da vacina que vem sendo administrada ultimamente, mas na prática mostra que provavelmente não. Nós trabalhamos para que essa onda estabilize e volte a reduzir, mas para isso nós precisamos que a população leve a sério e tenha esse entendimento”, disse ao repórter Lucas Maciel.
Bresolin comentou também sobre a fila de espera: “Nós não chegamos a zerar completamente essa fila, mas ela reduziu significativamente, de ter, em alguns dias, dois casos de UTI, quatro ou cinco casos de enfermaria, e agora já observamos novamente o aumento nesta fila e o aumento, como consequência, do número de pessoas que ficam internadas lá na UPA sem ter vaga para ser encaminhado, principalmente as vagas de UTI, ou de ter que ser transferido para hospitais da região. Isso é preocupante”.
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Pessoas mais jovens
O secretário apontou ainda o aumento de internamento de pessoas mais jovens e a ligação disso com uma nova cepa. “Principalmente na faixa dos 40 e 50 anos é que tem tido maior número de pessoas internadas ou pessoas com casos mais graves nos últimos dias. Acreditamos que isso esteja ligado à cepa P1, que é aquela de Manaus e que nós já temos exames que comprovaram pessoas que residem em Beltrão, que não saíram de Beltrão, e o exame veio mostrando que é essa cepa.”
Em Francisco Beltrão, ontem, o total de casos era de 12.131, com 183 óbitos por Covid e 11.206 pessoas recuperadas. Outros 264 casos aguardavam resultado de exame.