Vacinas são suficientes para hoje, mas se sobrarem doses a campanha será ampliada para idosos com 71 anos.

Ao menos 6 mil moradores de Francisco Beltrão receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19. O dado consta no boletim divulgado ontem pela Prefeitura e representa 6,6% da população total do município — estimada pelo IBGE em 92,2 mil habitantes. A Secretaria de Saúde tem ainda pouco mais de 2,6 mil doses para aplicar. A previsão, agora, é de que o ritmo da imunização aumente, desde que haja vacina disponível.
“Nesta semana recebemos a maior remessa, de quase 3 mil doses, então nos reorganizamos e ampliamos o número de unidades aplicando a vacina. Se, hipoteticamente, recebermos 10 mil doses em uma única remessa, vamos abrir a vacinação em mais unidades, ampliar o horário, final de semana, porque capacidade e estrutura nós temos”, avalia o secretário Manoel Brezolin.
Atualmente, Beltrão tem 23 salas de vacina instaladas e 21 em operação, mas a vacina contra a Covid é aplicada em oito unidades, para melhorar o aproveitamento das ampolas. A imunização iniciou dia 19 de janeiro no município — até agora, média de 127 aplicações/dia, considerando a segunda dose — e, segundo Manoel, há indicação de que mais vacinas cheguem à população.
“Antes, o Estado nos enviava metade dos frascos e guardava a outra metade para aplicação da segunda dose; agora, tudo o que chega é repassado aos municípios para ser vacinado, então se existe essa diretriz é porque há uma segurança e previsibilidade maior de que daqui 20 dias teremos novas remessas para a segunda dose”, comenta. Nesta semana, Beltrão abriu a vacinação para quem tem menos de 75 anos e o calendário encerra hoje, vacinando quem tem mais de 72. A Secretaria estima que o número de doses é praticamente o mesmo da população nesta faixa etária, mas se sobrarem ampolas será aberta a vacinação para quem tem 71 anos ou mais, amanhã.
Idosos comparecem à vacinação
As unidades onde são aplicadas as vacinas contra o coronavírus estiveram movimentadas, ontem, o dia todo. E os idosos estão indo confiantes se imunizar. “Minha neta que avisou que tinha vacina pra gente, então me arrumei e já vim”, comentou dona Maria Moraes de Oliveira, antes de receber a dose.
Mesmo quem já enfrentou o vírus, como Sérgio Capra, de 77 anos, foi garantir a vacina. “Umas oito pessoas da nossa família se infectaram, mas ninguém precisou ser internado. Assim mesmo sempre uso a máscara, porque não sabemos se pode transmitir [o vírus] de volta”, conta.
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A vacinação também foi uma oportunidade de velhos amigos se reencontrarem em meio a um período sem festas e eventos: Alcides Zanette e Remi Salmória se conhecem há mais de 50 anos, mas ultimamente têm se visitado pouco. Eles puderam colocar a conversa em dia enquanto aguardavam a vez de se vacinar na unidade do Vila Nova. “Eu não peguei, mas só num sábado morreu um compadre e um grande amigo pela doença”, conta Salmória.
Já Zanette perdeu o irmão para a Covid. “Mais gente da família pegou, até hoje tem uma tia internada”, relata. Sinônimo de esperança para deixar pra trás esses tempos sombrios, a vacina também é um presente para alguns idosos. É o caso da dona Julivia Alves da Rosa, que tomou a primeira dose ontem, no dia de seu aniversário de 74 anos. “Tava um pouco apreensiva, mas nem doeu”, diz a aposentada, que foi à unidade da Cango junto com o marido, Clementino Messias da Rosa.
Levar documentos
É importante levar um documento de identificação e a carteirinha do SUS, se tiver. Quem toma a primeira dose já sai com a data prevista para receber o reforço, na mesma unidade.