Paraná terá um impacto de R$ 3 bilhões nas finanças públicas e 13º Salário do funcionalismo público já pode estar comprometido.

Repórteres e autoridades, todo mundo com máscara na hora da entrevista com Guto Silva.
Foto: Beto Rossatti
Na visita a municípios da microrregião de Pato Branco, o chefe da Casa Civil do Paraná conversou com a imprensa no Largo da Liberdade, ao lado do prefeito Augustinho Zucchi (Podemos) e Nestor Werner, diretor-geral da Secretaria de Estado da Saúde.
Guto disse que o governo pretende duplicar o número de leitos em UTI adulto na região Sudoeste. “Estamos acompanhando as curvas de ocupação de leitos em UTI, e é este quadro que vai determinar as ações mais pontuais no combate à Covid-19”, afirmou.
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Na visão do governo é muito difícil encontrar uma solução válida para todos os municípios, por conta das particularidades de cada um, densidade demográfica, que é um determinante da evolução da doença. Em Singapura, por exemplo, Guto destacou que o estado flexibilizou o isolamento e teve que voltar atrás.
“Tudo vai depender do comportamento da população, da forma como ela vai responder às orientações do isolamento social”, disse.
Uma das grandes preocupações do Estado neste momento, segundo o chefe da Casa Civil, é com o impacto que a pandemia terá nas contas públicas. “A Secretaria da Fazenda já estima um impacto de R$ 3 bilhões na receita de ICMS neste ano, provocando um colapso na capacidade do Estado, que precisa manter suas estruturas mínimas em operação, na área da saúde e segurança pública, principalmente”. Guto disse que dificilmente haverá condições de honrar o 13º salário do funcionalismo em dezembro. “O Estado está atento aos reflexos da pandemia, e é preciso tranquilidade, para minimizar ao máximo estes impactos negativos, notadamente na área econômica”.
O diretor Nestor Werner disse que o planejamento das ações contra a pandemia está bem estruturado. “A regionalização das ações tem sido o grande diferencial do Paraná, preparando a rede para atender as pessoas o mais próximo possível de suas casas”.
A microrregião de Pato Branco segundo o diretor, já tem o cronograma de expansão de leitos pronto. “Serão mais 18 leitos em Pato Branco, 10 leitos em Chopinzinho e 10 leitos em Palmas, todos de UTI adulto”. Com mais de 40 dias de circulação do novo coronavírus no estado, a evolução da curva está dentro da lógica do que se registrou em outros estados e países. “Acreditamos que o Paraná terá uma retaguarda de leitos de UTI para atender toda a demanda no pico da pandemia”, concluiu Nestor.
Estrutura hospitalar será reforçada
Apesar da preocupação adicionar com a entrada do inverno, Guto acredita que o andamento da curva está sendo bem controlado, e no pico, na segunda quinzena de maio, haverá uma boa condição de enfrentamento. “O Paraná terá no pico da curva da infecção uma das melhores estruturas do país; o governador Ratinho Júnior mantém todo o governo focado nisso”, afirmou Guto.
O Paraná não optou por hospitais de campanha, fortalecendo a rede dentro dos hospitais, com a adesão de todos os hospitais do estado. “O estado do Paraná tem 526 leitos de UTI adulto exclusivos para paciente com Covid-19, podendo chegar a 1.126 leitos de UTI adulto se necessário; esta capacidade dá segurança de não colapsar o sistema”, disse Guto.