Com vários jogadores afastados antes e após a Copa do Mundo em virtude de lesões, vem à tona a discussão sobre os problemas que afetam os profissionais do futebol. Uma das lesões que ainda não é muito conhecida tanto do grande público quanto de médicos é a hérnia do esporte. É um quadro clínico caracterizado pela dor na região inguinal, a virilha, e que pode irradiar para a coxa, abdômen ou bolsa escrotal. “Apesar do nome, não se relaciona a uma verdadeira hérnia inguinal, ou seja, não está associada a aumento de volume/abaulamento na região da virilha”, diz o médico cirurgião do Instituto Jacques Perissat, Christiano Claus.
A hérnia ocorre preferencialmente em atletas profissionais ou de alto rendimento, dentre eles, os jogadores de futebol são os mais acometidos. Os sintomas são intensificados por atividades como a corrida, movimentos de rápida aceleração, mudanças bruscas de direção, rotação e chute.
Segundo Claus para confirmar o diagnóstico, o paciente deve consultar um médico especializado, pois esta modalidade de hérnia não é fácil de ser identificada. “No exame clínico, o médico deve confirmar a ausência de abaulamento na virilha, que caracteriza a hérnia inguinal. Pode estar presente uma dilatação do ânulo inguinal superficial, que acarreta em muita dor ao ser apalpado”, explica. Na sequência, exames como radiografia, ecografia e ressonância magnética devem ser feitos para descartar outros problemas.
O tratamento inicial consiste em repouso, medicações analgésicas e anti-inflamatórias. Além disso, fisioterapia pode ajudar. Se persistir o quadro clínico do paciente por seis a oito semanas, indica-se a realização de uma cirurgia.
Uma das técnicas mais modernas de realizar o procedimento é através da cirurgia mini invasiva (laparoscópica). “É uma forma eficiente de reduzir o trauma cirúrgico e diminuir a dor e o tempo de recuperação do pós-operatório”, afirma Claus.