Dra. Aline Cristini Vieira, oncologista, esclarece algumas questões.

O Março Lilás surgiu como uma forma de chamar atenção e aumentar a conscientização sobre o câncer de colo de útero. “Com a campanha, temos como objetivo alertar a população sobre a importância da realização do exame preventivo (Papanicolau) e sobre a vacinação contra o Papilomavírus (HPV)”, destaca dra. Aline Cristini Vieira, oncologista.
Ela ressalta que, no Brasil, o câncer de colo uterino é a terceira neoplasia mais frequente nas mulheres e é uma das neoplasias consideradas evitáveis. Está relacionado à infecção persistente pelo HPV, que é transmitido através da relação sexual.
“A prevenção se dá pela vacinação contra o vírus do HPV e está disponível tanto na rede pública quanto na rede privada de saúde para todos os meninos dos 11 aos 14 anos e meninas dos 9 aos 14 anos. Pessoas acima dessa idade têm benefício de se vacinar contra o HPV, mas idealmente a vacina deve ser feita antes de iniciar a vida sexual, já que após a exposição ao HPV a sua eficácia tende a ser menor. Além disso, o uso de preservativos é de fundamental importância para evitar contágio do HPV e também de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).”
Diagnóstico precoce
Para dra. Aline, o rastreio com o exame de Papanicolau é fundamental para o diagnóstico precoce do câncer, já que lesões iniciais podem ser detectadas e tratadas, aumentando enormemente as chances de cura. Mulheres acima dos 25 anos, que já iniciaram sua vida sexual, devem realizar o exame de Papanicolau, que deve ser feito anualmente, por dois anos seguidos e, se não apresentar alterações, pode ser realizado a cada três anos.
Como a mulher pode perceber que há algo errado? “Todas as mulheres devem ficar atentas às mudanças no seu corpo e por isso o autoconhecimento é fundamental. Nos estágios mais iniciais, o câncer de colo de útero não costuma apresentar muitos sintomas, sendo os mais frequentes a mudança nas características da secreção vaginal, dor ou sangramento durante ou após a relação sexual, dor lombar ou na pelve. Por essa razão, infelizmente, a maioria dos casos são diagnosticados já em estágios avançados”, responde dra. Aline.