Após longo período de internamento, tratando-se da Covid-19.

Após quase quatro semanas internado, período em que ficou na UTI por 18 dias, Iandu de Oliveira voltou para sua casa, no centro da cidade. Sexta-feira passada desceu do apartamento para o escritório e voltou a enviar aos amigos sua tradicional mensagem semanal; ontem ele desceu novamente, mas para atender em sua imobiliária. Perdeu oito quilos, não lembra de nada sobre boa parte dos 27 dias que esteve no hospital, mas está bem, inclusive com paladar e olfato normais; também se alimenta bem e dorme bem.Ontem à tarde tomei um café junto com ele, servido pela esposa Neiva.
Ela compara outros relatos de pessoas que tiveram intensidade semelhante da Covid e se admira da rapidez que o marido está se recuperando.Neiva alerta, porém, que os dois primeiros exames do Iandu deram resultado negativo. A comprovação da gravidade da doença só veio com uma tomografia do pulmão. Mais de 50% de seu pulmão chegou a ficar comprometido.Neiva faz questão de contar esses detalhes para servir de alerta para outras pessoas que apresentam sintomas mas pensam que não é nada porque os exames são negativos. Os sintomas do Iandu eram de cansaço.
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Iandu fala muito em gratidão, por todos os amigos que ligaram pra ele no período de internamento, “querendo saber como eu estava, isso te reconforta”; também agradeceu ao serviço de saúde do Exército, através do 16º Esquadrão, e o trabalho dos médicos da Policlínica São Vicente de Paula, “eles foram 10”.Iandu é militar da reserva, completou 74 anos dia 17 de abril. Ele é o Assinante Número Um do Jornal de Beltrão, desde maio de 1989. Já voltou a ler o jornal. Sua voz ainda não está cem por cento recuperada, mas consegue se comunicar perfeitamente. Confira perguntas que ele respondeu.
Do que lembra daqueles dias de internamento?
Na verdade, praticamente nada. Só sei quando me acordei, estava numa cama do hospital. Não senti nenhum sintoma, não senti nenhum desconforto de dores, parece que me deu um apagão durante esses vinte dias, mas não lembro de nada. Foi tipo de uma provação. Estou bem. Tem algumas coisas que eu não recordo. Mas na essência, se eu fizesse uma mentalização, vou lembrar praticamente de 90 por cento. Estou muito bem e agradeço às inúmeras mensagens de amigos e irmãos na fé.
Que sintomas sentiu antes de ser internado?É meio inusitado, né, mas eu não senti sintoma nenhum. Eu fui fazer uma visita médica costumeira, o médico (dr. Arlindo Serena) me examinou, disse “olha, tem alguma coisa mais”, e me internou. Mas assim, sintoma, dor, desconforto, absolutamente nenhum. É até uma coisa meio difícil de explicar.
E hoje como estão seu paladar e seu olfato?
Não perdi paladar, não perdi olfato, não perdi nada. A única coisa é que eu tô evitando é a pinguinha, né, mas depois ela volta (risos).
E aquela história de que você pediu uma gelada, lá no hospital, é verdade?
Não, é a enfermeira que fez o contrário, mas se ela tivesse trazido eu ia dar um jeito.
Está comendo e dormindo bem?
Normalmente. Me alimento, durmo. Só não saio pra fazer minhas caminhadas por recomendação médica. Passada a fase, parece que não aconteceu nada de anormal. Perdi mais ou menos uns oito quilos, mas já estou recuperando.
Pra vir no escritório tem escada, vem sozinho?
Sim, subo, desço. Só não saio de carro ainda.
Você sempre foi uma pessoa sadia, né.
É, graças ao bom Deus, eu nunca tive nenhuma hospitalização assim forte. Só algumas coisinhas. Mas no estágio de ontem pra hoje, é a primeira vez. Só com uma diferença: (não senti) nem um tipo de dor. Nem um tipo de desconforto. Tô falando contigo aqui e amanhã tu vem aqui e eu repito 90 por cento do que conversamos. É aquela história, o que eu tenho pra dizer hoje? Gratidão.