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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Incidência de diabetes cresceu 61% em dez anos

Núcleo de Diabéticos de Beltrão promove bate-papo com a comunidade e profissionais de saúde na próxima terça-feira.

 

 Gislene Titon Santos é nutricionista
e uma das coordenadoras
do Núcleo de Diabéticos de Francisco Beltrão.
Foto: Arquivo pessoal

 

Os problemas com diabetes são muito mais expressivos do que se pensa. Segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), o número de brasileiros diagnosticados com diabetes cresceu 61,8% nos últimos dez anos, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016. O Ministério da Saúde revela ainda que as mulheres registram mais diagnósticos da doença – o grupo passou de 6,3% para 9,9% no período, contra índices de 4,6% e 7,8% registrados entre os homens.

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A pesquisa foi divulgada na metade do ano, pela Agência Brasil, e o levantamento revela que, no Brasil, o indicador de diabetes aumenta com a idade e é quase três vezes maior entre os que têm menor escolaridade. Nas pessoas com idade entre 18 e 24 anos, por exemplo, o índice é de 0,9%. Já entre brasileiros de 35 a 44 anos, o índice é de 5,2% e, entre os com idade de 55 a 64 anos, o número chega a 19,6%. O maior registro, entretanto, é na população com 65 anos ou mais, que apresenta índice de 27,2%.
Um fator positivo é que constantemente novas pesquisas revelam descobertas para tratamentos, e estes são disponibilizados tanto em redes privadas como no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, segundo defende a nutricionista Gislene Titon Santos, de Francisco Beltrão, a forma mais eficaz, barata e com menos complicações, sem sombra de dúvidas, continua sendo a prevenção. “A sociedade deve parar e pensar na diabetes não por ela em si, mas, sim, por sua complexidade de fatores que vêm juntos quando a doença não é controlada”, alerta Gislene. 
A nutricionista é autora de uma pesquisa intitulada Perfil Nutricional de Gestantes Atendidas em Unidade de Atendimento da Estratégia Saúde da Família de Francisco Beltrão. Apesar de focado em gestantes, o estudo apresenta resultados de como maus hábitos provocam o desenvolvimento de diabetes. “A intenção foi avaliar como anda a alimentação do público alvo e os riscos que isso pode gerar, como a hipertensão arterial, obesidade e, claro, a diabetes”, explica Gislene. 

É preciso qualidade de vida
Adotar hábitos de vida saudáveis e, diariamente, alimentar-se bem e exercitar-se são as principais orientações da profissional de saúde para quem quer ficar longe deste tipo de problema. Segundo Gislene, atividades simples e acessíveis, como caminhadas e uma alimentação natural, já contribuem amplamente para a saúde das pessoas. “Quando vai ao supermercado, quem analisa custos, quantidade e qualidade, percebe que a alimentação natural custa muito menos que os alimentos processados e afins”, destaca.
A incidência ainda é muito alta e, na opinião de Gislene, a sociedade parece não dar a devida importância para o problema, mesmo havendo tantos alertas. “O que falta é maior conscientização da população em geral. Mesmo havendo as condições existentes no sistema de saúde, o grande problema ainda é da população que não busca se prevenir, cuidar-se e, assim, evitar complicações futuras”, afirma a nutricionista. 

Ação no dia 14
O mês de novembro é destinado também à luta contra a diabetes. Na próxima terça-feira, é o Dia do Combate à Diabetes e o Núcleo de Diabéticos de Francisco Beltrão promove um encontro para um bate-papo com a sociedade beltronense. 
A reunião será às 19:30 horas, na Escola Municipal Bom Pastor, e contará com a presença de vários profissionais de saúde que, em uma mesa redonda, irão debater as dificuldades e realidade do diabético em Francisco Beltrão. Em parceria com o Rotary e universidades, o Núcleo de Diabéticos também promoverá ação de conscientização no Calçadão, no dia 18 (sábado), para orientar e esclarecer dúvidas da população. 

 

 

Principais efeitos negativos da diabetes

– Pele mais sensível: quem tem diabetes tem mais chance de ter pele seca, coceira e infecções por fungos ou bactérias, uma vez que a hiperglicemia favorece a desidratação – a glicose em excesso rouba água do corpo.
– Problemas nos olhos: quem tem diabetes está mais sujeito à cegueira. A boa notícia é que, fazendo exames regularmente e entendendo como funcionam os olhos, fica mais fácil manter as complicações sob controle. 
– Doença renal: a diabetes pode trazer danos aos rins, afetando sua capacidade de filtragem. Mas como isso acontece? O processo de digestão dos alimentos gera resíduos. Essas substâncias que o corpo não vai utilizar geralmente têm moléculas bem pequenas, que passam pelos capilares e vão compor a urina. As substâncias úteis, por sua vez, a exemplo das proteínas, têm moléculas maiores e continuam circulando no sangue.
– Pés e membros inferiores: um probleminha nos pés, que pode até parecer bobo, pode virar uma séria complicação se você tem diabetes. Uma das causas mais comuns é o dano aos nervos, também chamado de neuropatia, e a má circulação.
Fonte: Nutricionista Gislene Titon Santos. 

 

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