Saúde

Amor que supera a dor. Há quatro anos, Leila Antunes da Rosa, 37 anos, de Realeza, cadastrou-se como doadora de medula no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Sua motivação foi o desejo de contribuir com a campanha “Todos pelo Kenzo”, um garotinho com leucemia que precisava de um doador 100% compatível.
“A intenção era poder ajudá-lo, mas estava ciente que se não fosse pra ele, poderiam aparecer outros receptores, pois o Redome é o terceiro maior banco de doadores do mundo, onde ficam reunidos todos os dados de voluntários da doação para pacientes que não possuem doador na família.”
Leila acrescenta: “Para minha alegria, quatro meses depois do meu cadastro, o Redome entrou em contato. Todo este processo levou meses, pois o paciente no momento não estava apto ao transplante; 11 meses depois da ligação, eu estava viajando pra São Paulo, para realizar este grande sonho, que era devolver a alegria na vida de alguém.”
Sua doação foi feita por aférese, que é pelas veias do braço, parecido com a doação de sangue. A sua permanência na máquina foi de cinco horas; o braço direito coletava, mandava medula para máquina e o restante voltava pelo outro braço. “Tudo muito seguro e tranquilo. No meu caso, precisei de uma medicação durante cinco dias, para produzir mais medula, pois meu receptor pesava 99 kg e eu, 68 kg.”
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A injeção era aplicada duas vezes por dia, de manhã e à noite e causava leve desconforto na região dos ossos, mais especificamente do quadril, cabeça e ombros. “Este desconforto não impedia de fazer qualquer coisa, como caminhar. Algo muito suportável. No dia da doação, fui pro hospital e fiz a coleta. Foi ótima, produzi muita medula, no dia seguinte eu já estava liberada para voltar pra casa. Foi uma experiência única.” Ela soube que o receptor está muito bem e agora aguarda a revelação da identidade, que pode ser feita dois anos e oito meses após a doação, caso o receptor também aceite.