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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

“Minha história pode não ser de cura, mas é de vitória também”

A declaração é de Aline Nesi, que tem câncer de mama com metástase óssea, e está na luta pela estabilização da doença.

 Aline Nesi tem câncer de mama com metástase óssea e está na luta pela estabilização da doença. O remédio custa em média R$ 20 mil por mês. Na foto, com seu marido, Marcos Cancelier, e as filhas deles, Rafaela, 4 anos, e Amanda, 8 anos.

Uma história de amor e de fé. A beltronense Aline Nesi, 34 anos, auxiliar de escritório, identificou o câncer de mama há pouco mais de um ano, mas a evolução foi muito rápida e ela está com metástase óssea. “Confesso que pensei muitas vezes sobre realizar essa matéria, pois sei que as mulheres que estão na luta pela cura ficam desmotivadas e sentem medo quando vêem uma história como a minha, pelo menos era assim que eu me sentia no início.”

“Porém, comecei a pensar que minha história pode não ser de cura, mas é de vitória também. Vitória de poder viver mais um dia, de estar com a minha família, de hoje não sentir dores (pois tive muitos dias de dores horríveis). Enfim, vitória de poder lutar. A gente só descobre a força que tem quando precisa dela, por vezes eu me sinto desanimada, mas a batalha é dura e preciso enfrentá-la por mim e pela minha família, e com fé venceremos mais uma.”

Aline é casada com Marcos Cancelier e tem duas filhas: Amanda Nesi Cancelier, 8 anos, e Rafaela Nesi Cancelier, 4 anos. Ela descobriu o câncer por acaso, uma noite, quando sentiu um nódulo na mama. Dias depois fez a primeira ultrassonografia. Na ocasião, o médico da clínica não acreditou que fosse algo maligno, orientando que ela voltasse em três meses para refazer o exame e avaliar como estava.
“Após três meses retornei à clínica, quando no novo exame o nódulo havia mudado de aspecto e aumentado de tamanho. Fui orientada a realizar biópsia, que ficou pronta dez dias após o exame. O resultado da biópsia foi que o nódulo se tratava de um carcinoma de tipo não especial infiltrativo. Ficamos desesperados, no início, mas não restava outra alternativa senão enfrentar.”

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Ela consultou no Ceonc, dia 17 de agosto de 2020, e no dia seguinte estava iniciando a primeira sessão de quimioterapia, de um total de 16 sessões, sendo quatro a cada 21 dias, as chamadas quimioterapias vermelhas, e outras 12 semanalmente, que eram as brancas.

Os sintomas foram os esperados, como náuseas, dor no corpo, imunidade baixa e queda de cabelo. Após essa etapa, fez a cirurgia. “Optamos por fazê-la com médico particular, pois como eu tinha muito medo que o tumor voltasse, preferi retirar as duas mamas e isso só era possível, no meu caso, de forma particular. Todo o tratamento foi feito de forma muito rápida e tudo muito correto. Com algumas complicações, concluí essa etapa.”

Aline Nesi agora passa por um tratamento permanente, para estabilizar a doença.

Próximos passos
Em seguida, o próximo passo seria o início das radioterapias; mas Aline começou a sentir dores nas costas. “Não incomodava muito nos primeiros momentos, mas foi se intensificando com o passar dos dias. Conversando com o meu médico, decidimos fazer uma ressonância, mas totalmente desacreditados que fosse algo relevante. Foi uma medida de precaução apenas. Feito o exame, o médico ficou um pouco desconfiado e seguimos na investigação. Foi então que se confirmou a metástase óssea.”

Apesar de ter feito o tratamento correto para o primeiro diagnóstico, Aline se deparou com uma situação mais difícil que a primeira. Agora não cabia mais considerar possibilidades de cura, mas somente de tratamento paliativo. “Decidi, a partir desse resultado, procurar alternativas que pudessem ser mais avançadas para o tratamento. Fui para Curitiba consultar e fazer o exame pet-scan, no qual constaram nove lesões ósseas espalhadas pela coluna vertebral, costelas, bacia e outros locais. Foi então, baseado nesse laudo, que se evidenciou uma recidiva muito precoce. Segundo os médicos, um caso raro, dada a velocidade de tempo com que a metástase ocorreu.”

Sua família tinha duas opções: o tratamento oferecido pelo SUS, com taxa de resposta baixa para o controle da doença, ou um tratamento de forma particular, com resultados que têm apresentado mais que o dobro de sucesso. Diante de sua realidade, optou-se pelo tratamento particular.

Remédio custa R$ 20 mil por mês
O tratamento inicial foi a ooferectomia (retirada dos ovários, útero, trompas), já que o tumor é hormonal, seguido de hormônio-terapia e um medicamento inibidor de CDK. O medicamento atua basicamente impedindo que as células cancerígenas se proliferem, contendo assim a evolução da doença.

O tratamento vem sendo desgastante, com vários efeitos colaterais, como anemia, náuseas, fraqueza e baixa imunidade. “Neste tratamento, que não tem cobertura pelo SUS, eu faço a ingestão de três cápsulas ao dia, durante o período de 21 dias, seguido de pausa de sete dias para que o corpo se recupere um pouco dos efeitos da medicação. A duração desse tratamento deverá ser permanente, pelo maior tempo que o meu organismo resistir ao mesmo ou até que a doença fique estabilizada.”

O custo da medicação é em média R$ 20 mil por mês, além de outras despesas que se fazem necessárias para o tratamento ou acompanhamento. Por não ter condições, foi feita uma rifa para contribuir com as despesas. “A manutenção desse custo ao longo dos meses de tratamento acaba se tornando inviável ao orçamento da nossa família. Buscar o remédio judicialmente é o mais correto para essa situação e foi o que fizemos. Porém, isso leva tempo. Dada a urgência no início do tratamento, não podíamos esperar uma decisão judicial.”

Decidiu-se então fazer uma ação entre amigos, para tentar levantar valores que pudessem ajudar a enfrentar esse momento inicial, pois já foi gasto um montante alto no tratamento até aqui. “Arrecadamos os prêmios na forma de doações e estamos fazendo a venda das rifas. A ação judicial já está em curso, porém obtivemos somente negativas até o momento, o que confesso tem sido bastante revoltante para mim. Saber que sua vida depende de um medicamento e esse direito lhe é negado, com alegações incoerentes”, lamenta Aline.

Colaboração
A rifa está em andamento e quem desejar contribuir poderá fazer pelo Pix 46999820021. “Após a contribuição, peço a gentileza que façam contato pelo mesmo número, para que eu possa enviar o comprovante da rifa devidamente preenchido. Já recebemos muita ajuda da rifa até agora e agradeço imensamente a cada um que se dispõe a ajudar.

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