A miopia, dificuldade de enxergar a distância, atinge hoje 1 bilhão de pessoas e está piorando no mundo todo. No Brasil, a prevalência deve passar de 28% em 2020 para 50% em 2050, conforme metanálise publicada pela AAO (Academia Americana de Oftalmologia).
De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, a alteração miópica geralmente é permanente. O uso de óculos corrige a dificuldade de enxergar, mas não interrompe a evolução do grau que é mais intensa na infância e início da adolescência.
A boa notícia é que pesquisas feitas em diversas partes do mundo mostram que a progressão da miopia em crianças pode ser interrompida, mas, quanto antes for iniciado o tratamento, melhor é o resultado. Queiroz Neto afirma que de todos os medicamentos testados, o mais eficaz é o colírio de Atropina na concentração de 0,01%. Em pesquisa realizada com crianças de 6 a 12 anos que foram acompanhadas por cinco anos, reduziu em 50% a progressão da miopia já no segundo ano e causou pouco efeito adverso: visão embaçada, ardência e aversão à claridade.