Governo paga para as pessoas permanecerem em casa.

Quem comenta é Pedro Prando da Silva, 23 anos, estudante da UTFPR de Francisco Beltrão, que há nove meses mora na França. Ele é natural de Santo André (SP), chegou em Francisco Beltrão no começo de 2016 e foi para a França em junho do ano passado, onde deve permanecer mais um ano e meio, para estudar.
Como está a questão do coronavírus? “A situação em relação ao coronavírus já começou a ficar grave no final de fevereiro. Dia 26 de fevereiro foi a primeira morte registrada. Minha região é a mais afetada pelo vírus, região Oise”, responde.
Segundo Pedro, desde a primeira morte, o número de casos começou a aumentar e duas semanas depois algumas cidades da sua região já estavam de quarentena. Somente após o primeiro pronunciamento do presidente da França, Emmanuel Macron, que sua universidade decidiu que fecharia e os alunos teriam aula online.
“No dia deste primeiro pronunciamento, a França já possuía 2.284 casos do novo coronavírus e 48 registros de mortes. Após esse pronunciamento, no dia 14 de março, o primeiro ministro da França, Édouard Philippe, decretou que a partir de domingo todos os lugares públicos não indispensáveis à vida pública seriam fechados. Sendo assim, somente mercados, farmácias e outros poucos estabelecimentos seriam permitidos de funcionar normalmente.”
Segunda-feira, dia 16, teve o segundo pronunciamento do presidente da França, que fechou as fronteiras da França. Só é permitida a entrada de quem tiver nacionalidade francesa. “Estamos restritos de sair de casa. Se sair será abordado pela polícia. E tem que ter um documento que mostre que você precisa ir ou ao mercado ou à farmácia. Exercícios individuais e próximos da sua residência também são permitidos, mas tem que ter um documento mostrando que você saiu para fazer prática esportiva e mostrar que você está perto da sua residência. Teoricamente, todos agora trabalharão de casa e o governo francês irá pagar para que as pessoas fiquem em casa. Algumas pessoas estão recebendo seguro desemprego e trabalhando 20% do que trabalham normalmente.”
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Um show de atitude
Pedro elogia as medidas tomadas pela UTFPR. “O reitor da UTFPR [Luiz Alberto Pilatti] deu um show de atitude decidindo junto à reitoria fechar por momento a universidade. Só assim podemos conter a propagação e o aumento do número de infectados com o vírus.”
Ele alerta os brasileiros para seguirem as regras de higiene, que ajudam a controlar a propagação do vírus. “Esperar que a situação agrave para começar agir não é a forma correta. Deve-se começar justamente agora que o número de casos ainda é baixo. Se fizerem isso talvez o cenário não chegue ao da China ou Itália. Espero que esta matéria motive as pessoas a tomarem as precauções com esse vírus, que é muito perigoso.”
Permanência na França
Inicialmente, seu retorno para o Brasil estava previsto pra agosto de 2021, mas seu plano é conseguir um emprego e permanecer na França. “Não voltarei para o Brasil nesse momento em que não tenho aulas presenciais. Fico com receio de não conseguir voltar para a França depois, já que eles podem fechar as fronteiras a qualquer momento.”