
entender a condição sistêmica de cada paciente.
A odontologia para pacientes com necessidades especiais engloba uma gama de perfis, desde aqueles que participam das atividades nas Apaes até pacientes com doenças sistêmicas como diabetes, hipertensão, nefropatias (doenças nos rins), oncologia, entre outras. Os pacientes com necessidades especiais são todos aqueles que precisam de um atendimento odontológico especializado devido a alterações sistêmicas que impossibilitam um tratamento convencional.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% da população do mundo porta algum tipo de deficiência, a maioria dessas pessoas vivem em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Apenas 2% dessa população recebe atendimento adaptado para as suas necessidades. De acordo com o último censo, no Brasil, 24,5 milhões de pessoas têm algum tipo de incapacidade, ou seja, 14,5% da população.
O dr. Marcelo Gnoatto é especialista na área desde 2008 e presta atendimento no Hospital Regional, além da sua clínica particular. Ele buscou este segmento porque esses pacientes são uma faixa da população que tem dificuldades em encontrar o tratamento específico e especializado. “Os pacientes com necessidades especiais são todos aqueles que você não consegue tratar com a forma usual. Podem ser transplantados, imunodeprimidos, oncológicos ou os hospitalizados em geral”, comenta dr. Gnoatto, responsável pela especialidade no Hospital Regional.
A área é nominada como especial por ser feito um tratamento diferenciado, por exemplo, o paciente que faz hemodiálise ou tem diabetes, que precisa ser tratado com atenção especializada. “Veja, 50% das crianças com síndrome de Down podem apresentar problemas cardíacos congênitos e isso as torna mais sensíveis a alguns tratamentos oferecidos na odontologia convencional. Os idosos, por exemplo, muitas vezes têm doenças vinculadas à idade, então é necessário entender a condição sistêmica de cada paciente”, diz o especialista.
Para dr. Gnoatto, a chave é fazer um tratamento global, avaliando o paciente sistemicamente, não somente o problema em boca ou dentes, mas sim as condições da saúde geral.
Multidisciplinar
O tratamento para pacientes com necessidades especiais é realizado com auxílio multidisciplinar, ou seja, em contato com profissionais de outras áreas e com a família. Para dr. Gnoatto, no Hospital Regional isso é bem evidente, porque os profissionais da odontologia têm acesso aos exames laboratoriais e de imagem na hora e podem pedir parecer médico também, se necessário. “Esse tipo de tratamento é uma interação multidisciplinar entre a equipe envolvida (o dentista, o médico, enfermagem, assist. social, etc. ) e a família”, afirma o especialista.
O paciente conta com atenção individualizada e o profissional irá trabalhar a partir do histórico médico dele. “Por isso, muitas vezes, o tratamento precisa ser feito em ambiente hospitalar, devido à necessidade de um monitoramento e controle dos sinais vitais do paciente”, declara o doutor.
Classificação dos pacientes com necessidades especiais
– Deficiência mental;
– Deficiência física, anomalias congênitas (deformações, síndromes);
– Distúrbios comportamentais (autismo);
– Transtornos psiquiátricos;
– Distúrbios sensoriais e de comunicação;
– Doenças sistêmicas crônicas (diabetes, cardiopatias, doenças hematológicas, insuficiência renal crônica, doenças autoimunes, doenças vesículo bolhosas etc);
– Doenças infectocontagiosas (hepatites, HIV, tuberculose);
– Condições sistêmicas (irradiados, transplantados, oncológicos, gestantes, imunocomprometidos).