90% foram registrados em abril e maio.

Já são 41 os casos de dengue confirmados em Francisco Beltrão em 2021. Os dados estão no boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta semana. Foram notificados 220 casos e descartados 173 — outros seis estão em análise. O período epidemiológico iniciou em janeiro.Em comparação com o ano passado (boletim 2020 até 16/5 e 2021 até 15/5), são três casos a mais. O que chama atenção é a concentração de casos nos meses de abril e maio.
Em 2021, 90% dos casos foram confirmados nos meses 4 e 5: 19 em abril e 18 em maio, respectivamente. No ano anterior, foram 60% dos casos: oito em abril e 15 em maio, de 38 naquele período.A migração dos focos e casos entre os bairros do município é outro diferencial apontado pelo boletim.
Em 2020, os casos estavam espalhados nos bairros Vila Nova (7); Centro e Jardim Floresta (4); Alvorada e Cristo Rei (3); Pinheirão, Jardim Itália, Industrial e Miniguaçu (2); e Água Branca, São Cristóvão, Luther King, Seminário, Nossa Sra. Aparecida, Presidente Kennedy, Padre Ulrico, Jardim Virgínia e Pinheirinho (1).
Em 2021, os casos se concentraram nos bairros Industrial (14) e Nossa Sra. Aparecida (11); além de Vila Nova, Alvorada e interior (3); São Miguel e Jardim Floresta (2); e Novo Mundo, São Cristóvão, e Miniguaçu (1).
A coordenadora do setor de combate a endemias, Tânia Lise, elencou os maiores problemas enfrentados pelos agentes nos bairros com maior número de casos: “Nos bairros Industrial e Nossa Senhora Aparecida os principais focos encontrados foram nas cisternas e pratinhos de flor. Percebemos que muitos munícipes acabam deixando pra fazer a manutenção semestral ou anual, sendo assim, as cisternas acabam sendo focos. Logo, orientamos que sempre mantenham essas cisternas cobertas com sombrite (tela de proteção) e que se faça manutenção no mínimo mensalmente”.
Tânia também avaliou que o baixo número de casos registrado na Cidade Norte é resultado do trabalho dos agentes de endemias e conscientização da população, “lembrando que é dever de cada um fazer uma vistoria em sua residência no mínimo uma vez por semana, para que verifique qualquer tipo de foco ou criadouro de Aedes aegypti”.
Dengue mata
Durante a pandemia, as pessoas estão ficando mais em casa e a geração de resíduos aumenta, podendo resultar em novos criadouros para o mosquito. Mas Tânia lembrou que alguns descuidos ainda acontecem, como água parada em regadores, por exemplo. “Por isso a importância de cada um fazer a vistoria semanal. O que nos deixa triste é encontrar foco na residência, chamar o morador para mostrar as larvas e ouvir: ah, isso não vai virar mosquito ou que a dengue não mata.”
Ao contrário do que alguém pode imaginar, a dengue mata, sim. No Paraná, já foram registrados 22 óbitos causados pela doença no período epidemiológico entre agosto de 2020 e maio de 2021. Os dados acumulados são: 16.679 casos confirmados, 72.775 notificações, 32.680 casos descartados e 13.385 em investigação.