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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Novo protocolo recomenda antirretrovirais a todos com HIV

O Brasil já trata, desde 2013, todas as pessoas diagnosticadas. “Somos exemplo na questão da Aids”, diz coordenadora do serviço especializado em Beltrão.

 

Tratamento para a Aids é gratuito pelo Sistema Único de Saúde.

 

Novo protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS) vai recomendar o tratamento com antirretrovirais para todas as pessoas com HIV no mundo, assim que forem diagnosticadas, independentemente da carga viral. A medida já é praticada desde dezembro de 2013 pelo Brasil, quando foi lançado o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para adultos. O protocolo adotou o “Testar e Tratar” como política de tratamento. O anúncio foi feito pela OMS dia 19 de julho, em Vancouver, Canadá, durante Congresso Internacional de Aids (IAS).
No anúncio, a organização menciona o exemplo do Brasil, enfatizando que a adoção do novo protocolo melhorou a saúde das pessoas vivendo com HIV. O acesso precoce ao tratamento não só melhora a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV e Aids, mas também reduz a transmissão do vírus.
Para o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, que participou do evento, a evidência mostra “que essa é, realmente, a direção que deve ser tomada por todo o mundo”.
O secretário-executivo da Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS), Luiz Loures, destacou a importância da iniciativa da OMS, lembrando que a organização lidera globalmente a resposta à Aids no setor de saúde com decisões baseadas em evidência científica.
O novo protocolo da OMS prevê, ainda, que a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) seja recomendada como uma opção de terapia adicional para todas as pessoas que integrem populações com risco substancial de serem infectadas pelo HIV (prevalência superior a 3%).

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Exemplo para o mundo
Desde a implementação das novas diretrizes em 2013, todo brasileiro diagnosticado com HIV/Aids inicia prontamente o tratamento, independentemente da carga viral. Antes disso, explica Lia Beatriz Henke, enfermeira e coordenadora do Serviço de Assistência Especializada/Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), o SUS só fornecia medicamentos para aqueles cuja contagem de células CD4 por mililitro de sangue estivesse abaixo de 350. A partir de 2012, esse limite subiu para 500 CD4.
“Somos exemplo para o mundo na questão da Aids. Além do coquetel antirretroviral, o Ministério da Saúde fornece gratuitamente uma lista enorme de medicamentos para combater doenças oportunistas que podem comprometer a saúde do soropositivo, tais como a tuberculose, meningite, entre outras”, comentou.
Outro fator que coloca o Brasil como modelo no tratamento do HIV/Aids é a gratuidade. Enquanto em países europeus e nos EUA o tratamento é privado e custa em média R$ 2 mil, por aqui todo tratamento e acompanhamento com exames é inteiramente oferecido pelo SUS.

Testagem
Na mesma sessão em que antecipou alguns pontos do protocolo de HIV, a OMS lançou seu novo guia sobre testagem de HIV. O novo guia estimula a capacitação de membros da comunidade para que possam aplicar o teste de Aids e a testagem em organizações comunitárias que tenham acesso mais amplo às populações vulneráveis ao HIV. O Brasil adota as duas medidas no projeto Viva Melhor Sabendo.
Durante a sua participação no evento, Fábio Mesquita, apresentou, como experiência, o trabalho colaborativo entre o Ministério da Saúde, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, o USCDC, o Unaids, o Grupo Dignidade e outros parceiros no projeto piloto “A Hora é Agora”. O projeto promove o  autoteste, focado na população jovem de homens que fazem sexo com homens, na cidade de Curitiba/PR.

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