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Francisco Beltrão
segunda-feira, 02 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

O que vi da Covid-19

Lá por outubro, apareceu um fator de risco que não estava nos protocolos: o humano.

Em mais de nove meses cobrindo a pandemia do coronavírus no Sudoeste do Paraná, houve muitos momentos de incerteza sobre o que nos aguardava na sequência do ano. Em março, abril, as notícias geravam medo e confusão, ninguém sabia direito o que estava acontecendo quando começamos a ver as primeiras vítimas da Covid-19 aqui perto de nós.

A maioria sobreviveu, mas aqueles que enfrentaram a perda também precisaram lidar com um luto sem despedida, sem um abraço consolador, sem um último adeus.

O inverno se desenhava como uma fase de angústia e de previsões ruins, que se confirmaram em agosto. Mas depois, poxa, começou a melhorar, a gente já entendia um pouco sobre a doença, o que funcionava e o que não funcionava, que usar máscara é imprescindível, que não morrem só as pessoas com comorbidades, que os responsáveis por evitar a propagação do vírus somos nós e eu jamais imaginei que chegaríamos em dezembro contabilizando números tão altos.

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Lá por outubro, apareceu um fator de risco que não estava nos protocolos: o humano. Não fomos programados pra ficar em casa por meses, pra não conviver com pessoas por tanto tempo ou pra conviver por tempo demais, pra abdicar das coisas que gostamos de fazer, enfim, e tudo isso foi tirado às pressas.

Mas as pessoas cansaram, por um motivo ou outro, esgotaram-se também mentalmente, e aí vieram feriados, eleições, dias mais quentes e o clima de final de ano.

Os números que estavam baixos foram aumentando gradativamente entre novembro e dezembro. E falar de números, quando há tanta gente em hospitais, quando muitos não voltam pra casa, parece algo frio e distante, mas, às vezes, é uma forma eficiente de alertar que o vírus não foi embora, não tirou férias, não vai dar uma trégua na virada do ano.

E, sim, muitas pessoas se recuperaram, a maioria delas, mas, até ontem, aqui no Sudoeste, mais de 300 morreram em decorrência dessa doença que, ao que tudo indica, não ficará presa em 2020. Assim também aprendemos que não existe número aceitável de mortes.

Em 2021, o Jornal de Beltrão continuará acompanhando os boletins das secretarias de Saúde dos municípios da região, mas com a esperança de que logo isso não seja mais necessário.

 

Casos no Sudoeste
Até ontem, a região havia registrado 25.742 casos de Covid-19. Foram, ainda, 306 óbitos em decorrência da doença. Outras 24.087 pessoas se recuperaram. Este mês concentra 35% dos casos confirmados — entre 30 de novembro e 30 de dezembro, mais 9.217 pessoas contraíram o coronavírus no Sudoeste. Também neste mês, o maior número de mortes: 117. Os recuperados são 10.142.

 

Paraná
A Secretaria de Estado da Saúde divulgou ontem mais 3.870 diagnósticos confirmados de Covid-19 e 76 mortes em decorrência da doença. Com isso, os dados do monitoramento feito pela Sesa mostram que o Estado soma 409.499 casos e 7.824 mortos desde o início da pandemia.

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