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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Os casos de suicídio aumentaram no Brasil durante a pandemia de Covid-19?

O Ministério da Saúde divulga estatísticas oficiais somente a cada dois anos.

Karla Marcon, Samara Andrade, Adriana Busatto e Geonir Vincensi, alguns dos voluntários do CVV Comunidade de Francisco Beltrão que montaram um laço no Calçadão.

Setembro é o mês mundial de prevenção do suicídio. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um dos mobilizadores do Setembro Amarelo, mas as ações acontecem durante o ano todo. Essa é uma campanha da sociedade em geral, com apoio de outras entidades, como Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

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Uma das dúvidas mais comuns é se os casos de suicídio aumentaram no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. Na realidade, as estatísticas oficiais em relação ao suicídio são apuradas pelo Ministério da Saúde e, em geral, são divulgadas em torno de dois anos após os acontecimentos.

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O CVV conta com o 188, que é o primeiro número telefônico gratuito para todo o País, inclusive as ligações por celular, para apoio emocional de emergência, a partir de uma concessão do Ministério da Saúde. Houve um aumento na procura? Segundo voluntários do CVV, a procura tem sido parecida, em torno de nove mil abordagens diárias e os temas relacionados à pandemia foram recorrentes em grande parte das ligações.

Sempre que há uma crise, de qualquer origem, o assunto acaba aparecendo nas conversas com os voluntários do CVV, pois as pessoas sentem nessas questões a origem de emoções como medo, ansiedade, solidão ou outras que podem levar a buscar apoio emocional.

CVV Comunidade
Em Francisco Beltrão, o CVV Comunidade também promove ações como palestras, Grupo de Apoio aos Sobreviventes do Suicídio (Gass) e Cine Ser, que é a exibição de um filme seguido de debate. Por enquanto, essas atividades estão suspensas e foram substituídas por ações remotas, como a live que acontecerá dia 24, às 19h30, com a participação de profissionais de saúde.

As doenças mentais estão entre as principais causas de suicídio. Geonir Vincensi, coordenador do CVV Comunidade, cita que o número de depressivos no Brasil são cerca de 5,8%, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mas a Folha de São Paulo alerta, em recente reportagem, que esse número pode chegar a 25% da população, que teve, está ou vai ter depressão, por causa da subnotificação. “Os números para o CVV não são cruciais, enquanto houverem suicídios, haverá trabalho na prevenção.”

Para aliviar as dores da alma
Manoel Brezolin, secretário de Saúde de Francisco Beltrão, comenta que, por muitos anos, muitas lideranças e setores pensantes da saúde defenderam a ideia de que falar sobre o assunto estimulava as pessoas que tinham uma tendência a se suicidarem, aumentando o número de casos. “É um pensamento que não se aceita mais.”

Por isso a campanha do Setembro Amarelo é tão importante: é um momento de discussão sobre o tema. “Pra você conseguir resolver um problema, precisa primeiro admitir que ele existe, precisa falar sobre o assunto, pra que a partir dali você consiga levantar os dados, identificar a situação real do momento e buscar soluções. A única coisa que sabemos é que vem aumentando nos últimos anos e precisam ser desencadeadas algumas medidas para que a gente consiga amenizar isso.”

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