
verrugas genitais em mulheres de 12 a 26 anos após vacina do HPV.
Não há qualquer motivo para pais e mães evitarem levar suas filhas de 9 a 13 anos a se vacinarem contra o papilomavírus humano (HPV). É o que asseguram responsáveis do Ministério da Saúde e de diversas entidades de saúde do Brasil e América Latina. A razão para casos recentes de efeitos colaterais pós-vacinação pode estar no medo da dor ou em outros problemas causados pela queda na imunidade das crianças, fator comum na geração de anticorpos depois da imunização.
Segundo dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI), foram aplicadas mais de 4 milhões de doses sem registro de eventos adversos graves que pudessem ser atribuídos à vacina. A primeira etapa da vacinação, em março deste ano, alcançou cerca de 90% do público-alvo. “Há estudos feitos na Austrália e nos Estados Unidos, países que há muitos anos já usam a vacina, que atestam a sua eficácia e segurança. E a questão de São Paulo, ressalte-se que nenhum daqueles eventos foram associados a ela”, afirma a enfermeira Greicy do Amaral, responsável pelo PNI na 8ª Regional de Saúde de Beltrão.
A enfermeira se refere ao acontecido em Bertioga (SP), onde 11 meninas apresentaram mal-estar ao receber a segunda dose da vacina na escola. Oito foram liberadas e três, internadas para investigação, mas nenhuma apresentou alterações neurológicas. Em nota, as Sociedades Brasileiras de Imunizações (SBIm), Infectologia (SBI) e Pediatria (SBP), Sociedade Latinoamericana de Infectologia Pediátrica (Slipe) e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) também defenderam a vacina, que já teve mais de 180 milhões de doses aplicadas em todo o mundo.
Ansiedade coletiva e baixa imunidade
Uma das explicações para o caso da cidade paulista pode ser, de acordo com o Ministério da Saúde, uma “reação psicogênica em massa”, um evento que pode ocorrer em crianças e adolescentes sob estresse físico e emocional decorrente de uma “ansiedade coletiva”, provavelmente causada pelo medo de vacina. Em nota, o MS exemplifica casos semelhantes na Austrália, Colômbia e Jordânia.
Outra causa pode ser a queda da imunidade observada no processo de formação de anticorpos pela vacina. “Tivemos esse ano uma menina de 13 anos que apresentou sintomas de amortecimento nos membros quinze dias depois de ter feito a vacina. Ela foi internada e os exames comprovaram que a causa não foi os efeitos adversos da vacina, mas o citomegalovírus, que desencadeou uma Síndrome Guillian Barre no seu organismo. Para a vacina fazer efeito, há queda da imunidade para formação dos anticorpos, foi aí que o citomegalovírus apareceu e causou esses sintomas, não foi culpa da vacina”, relata Greicy. O caso ocorreu em Capanema.
O que fazer em caso de reações adversas?
Febre, dores, inchaço, vermelhidão, irritação, desmaios, vômitos, dor na barriga. Esses são sintomas comuns também a outras vacinas. Em caso de suspeita de reação adversa causada por uma vacina, deve-se procurar o posto de saúde mais próximo para que o evento seja notificado e investigado.
“Toda reação à vacina é notificada e avaliada pela Secretaria do Estado da Saúde (Sesa), que analisa se o esquema deve ser mantido, se deve ser encerrado ou trocado. O importante é que as pessoas procurem saber os eventos adversos que essa vacina pode ocasionar, pois cada vez mais temos vacinas no nosso calendário”, adverte a enfermeira.