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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Pediatras alertam para queda na vacinação infantil durante pandemia

Pesquisa contou com a participação de 1.525 médicos em todo País.

Menor adesão às vacinas pode fazer com que doenças já erradicadas retornem.

Na avaliação de 73% dos pediatras, as crianças estão deixando de ser vacinadas durante a pandemia de coronavírus. O dado faz parte de pesquisa divulgada ontem pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Foram ouvidos por formulário on-line 1.525 médicos de todos os estados brasileiros.

Segundo a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, muitas crianças não têm sido vacinadas por falta de informação das famílias e medo de contaminação pelo vírus da Covid-19. Ela alerta que a redução da imunização pode aumentar os riscos de doenças que foram eliminadas ou têm baixa prevalência atualmente. “Nós não queremos que doenças que já estão erradicadas ou diminuíram muito voltem a nos assustar”, enfatizou sobre a importância do cumprimento do calendário vacinal mesmo durante o período de quarentena.

De acordo com a pesquisa, 70% dos médicos dizem que as famílias têm medo de se contaminar ou infectar as crianças com o novo coronavírus em consultas presenciais. Nesse sentido, 82% dos médicos relataram um aumento dos atendimentos por telefone, aplicativos de mensagens e outras formas de comunicação à distância.

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Alterações no comportamento
Alterações comportamentais nas crianças foram percebidas por 88% dos médicos. Em 75% das situações, os profissionais notaram alterações de humor. Para Luciana, o isolamento social traz prejuízos ao desenvolvimento das crianças. “Foi prejudicial não só para a maior irritabilidade, perda de atenção, como maior tempo de tela, em frente aos computadores, celulares, como maior número de obesidade das crianças”, explicou.

Como forma de minimizar esses problemas, a presidente da SBP diz que os pediatras devem orientar as famílias. “Como envolver as crianças nas atividades domésticas, como fazer atividade física, como fazer estímulos comportamentais para que o desenvolvimento das crianças não seja comprometido.”

A maior parte dos pediatras (63%) afirmou que trabalha sem infraestrutura e equipamentos de segurança adequados. “Nós temos no serviço de saúde alguns lugares que têm todos os equipamentos, estrutura física para atender pacientes da Covid-19, com profissionais de saúde adequadamente vestidos e protegidos. Mas isso não ocorre em todas as unidades, como deveria ocorrer, sobretudo nas instituições públicas”, destacou Luciana.

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