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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Pesquisador apresenta avanços no tratamento da microcefalia causada pelo zika vírus

Saúde

Dr. Jean Pierre, pesquisador da USP, que fez palestra para alunos da Unipar.

Mesmo com todas as atenções voltadas para a pandemia do novo coronavírus, as autoridades sanitárias continuam vigilantes para outras enfermidades. A Universidade Paranaense (Unipar), de Francisco Beltrão, através do curso de Farmácia, promoveu ciclo de palestras em que foi discutido o possível tratamento da microcefalia causada pelo zika vírus.

A palestra foi ministrada pelo doutor Jean Pierre Shatzmann Peron, da Universidade de São Paulo (USP), sobre suas últimas pesquisas na área do zika vírus. O pesquisador demonstrou que, após invadir as células humanas, o vírus age sobre uma proteína que possui papel importante na resposta imune contra a infecção viral. Demonstraram que o vírus estimula essa proteína, a qual limita a defesa imunológica, assim permitindo a replicação do vírus. Desta forma essa proteína tornou-se um alvo para possíveis medicamentos, os quais, segundo o pesquisador, já estão em fase de teste.

Transmissão
A transmissão do zika vírus ocorre frequentemente pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue, mas também pode ocorrer intraútero, resultando numa infecção congênita. Alguns casos de transmissão sexual também já foram relatados na literatura.

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Somente 20% dos casos costuma apresentar sintomas da infecção, os quais são febre baixa com erupção cutânea, dores nas articulações (principalmente das mãos e pés) e conjuntivite não purulenta. Outros sintomas incluem dor de cabeça, dores ao redor dos olhos, dores musculares, perda ou diminuição da força física, inchaços e distúrbios gastrointestinais (dor abdominal, náusea e diarreia). Dependendo da combinação de sintomas estes podem ser confundidos com dengue ou chikungunya.

Complicações
As maiores complicações relacionadas ao zika vírus relacionam-se à infecção congênita, quando a gestante é contaminada pelo vírus durante a gestação e transmite para o bebê ainda em formação. Dependendo do trimestre gestacional em que ela se encontra a infecção pode causar microcefalia, restrição no crescimento fetal, insuficiência placentária e morte intraútero.

De acordo com o Ministério da Saúde, os primeiros casos de microcefalia associados ao zika vírus, no Brasil, aconteceram no ano de 2015, e até o final de 2019 foram relatados ao menos 3.474 casos no País. O número de casos reduziu bastante, porém, especialistas alertam que o Brasil não está livre de uma nova epidemia de zika vírus.

Pesquisa
Em 2016, durante a epidemia de zika vírus, no Brasil, a equipe liderada pelo professor doutor Jean Pierre, no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e da Plataforma Pasteur-USP, conseguiu comprovar que o zika vírus era o causador da microcefalia e defeitos congênitos em fetos de fêmeas de camundongos contaminadas com o vírus.

“Termos a participação de um pesquisador de renome internacional como o dr. Jean Pierre, em nosso Ciclo de Palestras, é de uma importância sem precedentes para nossos alunos, ainda mais falando de um assunto tão importante quanto é o zika vírus e a microcefalia. No cenário que vivemos atualmente precisamos mostrar para eles que só poderemos mudar a situação de nossa população que tanto sofre com doenças como essa com muito estudo e pesquisa”, comenta Patrícia Gurgel Velasquez, coordenadora do curso de Farmácia da Universidade Paranaense (Unipar), unidade de Francisco Beltrão.

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