Em apenas um mês, 116 pessoas foram beneficiadas com doações de órgãos.
Dados da Secretaria da Saúde do Paraná, por meio do Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR), registram a marca histórica de 66 doações efetivas somente no mês de novembro, quebrando o recorde anterior de abril de 2018, com 61 doações/mês. Ainda que variável, a média mensal este ano foi de 39 doações.
Até o momento não havia registrado um número tão grande de doações de órgãos num único mês. Somente com as doações de novembro, 116 pessoas foram beneficiadas, sendo 71 transplantes de rim, 35 de fígado, três de coração e dois de pâncreas/rim. Estes números se somam a mais de 3.255 doações de órgãos, 10.326 transplantes de órgãos e 15.953 transplantes de tecidos já realizados durante toda a história da pasta.
“Agradecemos imensamente a população paranaense que muitas vezes num momento de dor e sofrimento com a perda de um ente querido, opta por realizar a doação e salvar até dez vidas. Ressaltamos que até o momento cerca de 2.183 paranaenses aguardam por uma doação, sendo mais de 75% somente para transplante de rim, ou seja, precisamos que as pessoas continuem se sensibilizando com a causa para diminuirmos a lista de espera”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
Líder em doações
No ano de 2010 o Paraná tinha 6,8 doadores pmp, e saltou deste número para seu recorde em 2018, com 47,7 pmp, liderando o ranking de doações no País, tornando-se o Estado que mais cresceu em doações no Brasil nos últimos oito anos. Neste período foram 2.156 doadores efetivos, sendo 4.619 órgãos e 7.405 córneas, somando 13.560 transplantes no Estado de 2010 a 2018.
A média nacional de doações de órgãos é 17,7 por milhão de população (pmp), enquanto o Estado do Paraná fechou o mês de novembro de 2019 com 44,4 pmp. De janeiro a novembro deste ano foram realizados 1.640 transplantes no Paraná – 817 órgãos e 823 córneas.
Líder em transplantes
O Paraná também liderou o ranking de transplante de órgãos em 2017 e 2018, com 81,5 pmp e 90,9 pmp, respectivamente. A média nacional é de 41,9 pmp. Dados atualizados até novembro mostram que o Paraná está com 78,6 pmp em transplantes. O Estado foi o campeão no transplante de fígado e rim em 2018 e atualmente o lidera o número de transplantes de rim com 52,3 pmp, enquanto a média nacional é de 29,5 pmp.
“Somos reconhecidos internacionalmente como um Estado com o maior quantitativo de doações e com isso a população do Paraná está bem assistida caso precise de um transplante. Todo esse trabalho é reflexo dos investimentos contínuos na educação de nossos profissionais para capacitar cada vez mais pessoas e prepará-las para todos os tipos de situações”, comentou a coordenadora do SET/PR, Arlene Terezinha Cagol Garcia Badoch.
Para ela, o ato de doar é nobre e gratificante. “A família que decide realizar a doação de órgãos de um familiar faz renascer a vida e muitas vezes a qualidade de vida em outro ser humano. Isto é um ato de amor” finalizou.
Transporte aéreo
Doadores que estejam até 200 quilômetros de distância do receptor, o SET/PR realiza o transporte dos órgãos e/ou tecidos por via terrestre. Além desta distância, é solicitado apoio aéreo para agilizar o procedimento. O Paraná conta com a ajuda da frota de aeronaves do Governo do Estado, que é formada por quatro aviões – um Beecraf King Air 350, um Cessna Grand Caravan, dois Sênecas III – e mais um helicóptero. De janeiro a novembro deste ano foram 109 missões de apoio, perfazendo 346 horas de voo, para o transporte de 247 órgãos. O SET também conta a ajuda da frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA).
Para ampliar e modernizar esse serviço aéreo, em razão da crescente demanda, o governo estadual instituiu uma comissão que avalia a troca das aeronaves que são utilizadas na captação das doações.
Estrutura no Estado
A Central Estadual de Transplantes, mantida pelo Governo do Paraná, está localizada em Curitiba, mas há quatro organizações de procura de órgãos (OPO’s), na capital, Londrina, Maringá e Cascavel.
Estes centros trabalham na orientação e capacitação das equipes distribuídas em 67 hospitais do Paraná, que mantêm comissões intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). Ao todo são cerca de 700 profissionais envolvidos, entre eles 23 equipes de transplante de órgãos, 25 centros transplantadores de córneas e três bancos de córneas em atividade – Londrina, Maringá e Cascavel.