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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Servidores da Saúde recebem treinamento sobre o hantavírus em Barracão

 

Técnicos de Curitiba estiveram em Barracão para treinamento do pessoal da saúde. 

 

A equipe de zoonoses e Centro de Informações Estratégicas e Respostas de Vigilância e Saúde, da Secretaria Estadual da Saúde, visitou o município de Barracão para fazer um trabalho de campo referente à presença do hantavírus em roedores silvestres. Pela primeira vez, foi constatado um caso de Hantavirose na região de Francisco Beltrão, motivando a realização da pesquisa. Um agricultor de Barracão foi infectado pelo vírus desta doença e passou por tratamento. 
“O trabalho do Estado do Paraná com a Hantavirose é referência para o Ministério da Saúde no Brasil. Organizamos pesquisas de campo frequentes em locais onde é diagnosticado algum caso da doença e também em regiões que nunca tiveram casos do vírus”, comenta a coordenadora da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações, Tânia Portella.
A pesquisa foi realizada neste mês, durante uma semana e foi dividida em etapas: a coleta de roedores silvestres, a coleta de sangue humano e a capacitação de profissionais da região. Durante a primeira etapa foram espalhadas armadilhas para a captura dos animais e posteriormente a coleta de material dos roedores para análise do perfil epidemiológico do vírus.
Na segunda etapa, a equipe realizou a coleta de sangue da população para analisar a circulação do vírus na região. “Priorizamos a coleta em pessoas que vivem nas regiões rurais, maioria homens agricultores e maiores de 18 anos, pois esse é o perfil que constatamos o maior número de casos da hantavirose no Paraná. O exame também serve para verificar se a pessoa foi exposta ao vírus em algum momento da vida”, explica Tânia.
Treinamento para equipes
Na mesma ocasião, a equipe também treinou profissionais de saúde de Barracão, Dionísio Cerqueira (SC), Bernardo Irigoyen (Argentina) e demais municípios de fronteira. Foram 60 pessoas capacitadas, entre enfermeiros, médicos, agentes comunitários, agentes de endemias e profissionais de vigilância em saúde. 
A capacitação serviu para detalhar os sintomas e reforçar a necessidade de uma análise criteriosa das condições do paciente. “A hantavirose tem sintomas muito parecidos com os de uma gripe ou, até mesmo, da dengue, como febre, dores no corpo e tosse. O diagnóstico equivocado compromete o tratamento da doença e pode agravar o quadro”, afirma a coordenadora. Todo o trabalho foi realizado pela equipe do Centro de Informações Estratégicas e Respostas de Vigilância e Saúde (Ricardo Matsuo, Luiz Eduardo P. Loyola, Joel Lopes da Silva, Josiane dos Santos Raymundo e Edison dos Santos), Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações (Tânia Portella e Gisélia Rubio) e 8ª Regional de Saúde – Francisco Beltrão (Heraldo Machado), com o apoio do Instituto Carlos Chagas – Fiocruz Paraná.

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Paraná registrou 258 casos em 23 anos

Desde 1992, o Paraná já contabilizou 258 casos da doença. Até outubro deste ano, já foram diagnosticados 10 casos da doença no Estado, com quatro mortes pela doença. “Geralmente a Hantavirose aparece entre os meses de novembro a março, que são períodos mais quentes. Este ano, devido às condições climáticas, os casos começaram a aparecer mais cedo”, informa Tânia. A Hantavirose é uma doença que pode levar à morte. Ela é causada por um vírus presente na urina, fezes e saliva dos ratos silvestres, ratos do arroz e rato da taquara. A orientação é para que a população mantenha ambientes como galpões e celeiros sempre limpos e tome cuidado ao entrar em um ambiente que está fechado por muito tempo.

Os sintomas da hantavirose

Blog Saúde – A doença é difícil de ser suspeitada pelos médicos, já que inicialmente os sintomas são febre, dor no corpo e dor de cabeça, que podem ser comuns a outras doenças. A hantavirose está associada à síndrome cardiopulmonar pelo hantavírus (SCPH) e à febre hemorrágica com síndrome renal (FHSR). Em 2014 foram confirmados 74 casos da doença no país e 26 óbitos, por isso a grande preocupação é a taxa de letalidade, cuja média é de 46,5%. A maioria dos pacientes acometidos necessita de assistência hospitalar.
Após os primeiros sintomas, que podem durar de três a seis dias, a doença pode ir para a segunda fase, chamada de cardiopulmonar que é caracterizada pelo início da tosse, acompanhada por taquicardia, podendo evoluir para edema pulmonar. Na terceira fase da doença, chamada de diurética, ocorre a reabsorção do líquido do edema pulmonar, e a resolução da febre e do choque. A quarta fase, de convalescença, pode durar de duas semanas a dois meses nos casos mais graves, caracterizada pela prostração. 
O paciente deve ser acompanhado pelo profissional de saúde para avaliação de futuras sequelas como hipertensão, insuficiência renal crônica e outras.

 

 

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