Érico Péres Oliveira e Bruno Péres Oliveira trabalham com abordagens diferenciadas para auxiliar os mais jovens no processo terapêutico.

Érico Péres Oliveira e Bruno Péres Oliveira atendem na Clínica Psicanalítica Maria de Fátima.
Foto: Thainan Moschei
Assim como os adultos, os adolescentes lidam com as emoções a sua maneira. Pode ser jogando com amigos, criando conteúdos para o YouTube, participando de uma banda ou, até mesmo, não compartilhando o que sentem com ninguém. O fato é que quando alguém não está bem, é importante encontrar uma forma de entender e tratar esses sintomas. O psicólogo (CRP 08/19230) e psicanalista Bruno Péres Oliveira ressalta que “na psicanálise, respeitamos as particularidades de cada um e buscamos encontrar meios que facilitem a exteriorização daquilo que se sente”.
Érico Péres Oliveira, também psicólogo (CRP 08/14791) e psicanalista, complementa que “nem sempre os adolescentes vão conseguir verbalizar os seus sentimentos no formato mais tradicional, o que acontece no consultório. Isso varia muito de pessoa para pessoa e o ambiente é uma peça fundamental para criar uma atmosfera confortável e segura. Portanto, encontrar alternativas que ajudem os jovens a se expressar faz parte do processo analítico”.
Os psicanalistas entendem que recursos e temas como jogos, músicas, séries, filmes, esportes ou qualquer outro assunto que o indivíduo em tratamento tenha interesse são formas de acessar aquilo que o desacomoda. “Quando o paciente se percebe em uma situação de segurança, fazendo uma atividade que gosta, como tocar um instrumento ou interagir em um jogo de tabuleiro, ele acaba por apresentar indicativos das situações desagradáveis que vêm enfrentando. E é esse momento que o profissional deve saber explorar, para que o adolescente acesse e enfrente esses sentimentos, entendendo o porquê do seu sofrimento e avançando no tratamento”, aponta Bruno.
O acompanhante terapêutico
Outra abordagem utilizada pelos psicanalistas, com adolescentes, é a de acompanhante terapêutico (AT). O recurso consiste em encontros entre paciente e analista fora do consultório, em locais como cafés, padarias, livrarias ou outro ambiente que seja confortável para o jovem. Érico destaca que “em casos nos quais o adolescente está com dificuldades para lidar com situações rotineiras, a AT permite que o indivíduo interaja e trabalhe esses aspectos em ambientes sociais, auxiliando na sua inserção e autonomia”.
Geralmente, esse tipo de tratamento é indicado para pessoas com dificuldade de socialização. Bruno comenta que “transformar aquele ambiente de enfrentamento comum do consultório em algo mais leve, como a mesa de um café, uma caminhada ou uma loja de instrumentos musicais, torna a situação mais branda e favorece para que a fala do adolescente aconteça”.
Vale destacar que, nessa dinâmica, o local é negociado entre paciente e analista, sempre priorizando espaços que possam trazer algum tipo de conforto para o adolescente. Érico pontua que “em nenhum momento há imposição para que o encontro seja realizado em determinado ambiente. Pelo contrário, o lugar precisa ser agradável para o paciente, para que a sessão atinja os seus objetivos. Por isso, é importante que o jovem escolha onde deseja ir ou, caso não queira tomar a decisão, esteja de acordo com a sugestão do analista”.
Indicativos comuns
O adolescente costuma apresentar indicativos em seu comportamento, como forma de demonstrar que precisa de ajuda. Os psicólogos relatam que é comum pacientes jovens expressarem o sofrimento nos excessos, sejam eles quais forem. “Faz parte da adolescência criar um distanciamento dos pais. Porém, se os pais notarem que há um excesso, ou seja, que o isolamento do adolescente transborda o natural, é importante ficar atento”, aponta Érico.
Muitas vezes, pais, responsáveis e até amigos têm dificuldade de entender o que esse adolescente deseja. Por isso, estimular o diálogo é fundamental, de modo que seja trabalhada continuamente a expressão daquilo que se sente em seu cotidiano. “A conversa vai ajudar a identificar quando houver algum problema e, também, abre um espaço para que o jovem se sinta à vontade para procurar o adulto quando sentir necessidade ou precisar de ajuda”, diz Bruno.
Em geral, a adolescência não é um período fácil, pois se trata de um momento de erros, acertos e descobertas. A angústia e a busca por aprovação são sentimentos frequentes nessa etapa. Porém, é preciso ter atenção. Quando as emoções atrapalham as atividades cotidianas ou impedem os jovens de realizarem as tarefas que gostam, a terapia pode ser necessária para ajudar esses enfrentamentos.
Bruno Péres Oliveira atende na Clínica Psicanalítica Maria de Fátima em Francisco Beltrão e Ampere. Atualmente, faz especialização em problemas do desenvolvimento na infância e adolescência, no Centro Lydia Coriat. Também é membro da Escuta Psicanalística de Francisco Beltrão.
Érico Péres Oliveira atende na Clínica Psicanalítica Maria de Fátima em Francisco Beltrão. Membro da Escola de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre e da Escuta Psicanalística de Francisco Beltrão.