
De início, pode-se achar que aquela tosse chata, carregada, seguida de certo mal-estar e dor no peito, não passa de uma gripe ou resfriado. Tais sintomas, no entanto, podem esconder enfermidades como a pneumonia, doença infecciosa que compromete os pulmões dificultando a respiração e que acomete principalmente crianças, idosos, fumantes e pessoas que já apresentem doenças pulmonares, como asmáticos, com bronquites, enfisema ou câncer.
A pneumonia se dá pela instalação e proliferação de bactérias, vírus, fungos e outras substâncias irritantes no pulmão. Estes acabam provocando um processo inflamatório, comprometendo o órgão respiratório e podendo se estender a vários outros. O tempo frio e seco dessa época do ano, portanto, contribui para o aparecimento desses sintomas. “E quanto maiores estes fatores, maior o número de pessoas doentes”, diz o pneumologista Redimir Goya, de Francisco Beltrão.
“O pulmão é um órgão muito exposto aos agentes externos, pois a toda hora inalamos para dentro das vias aéreas milhares de organismos que podem provocar um processo inflamatório e levar à pneumonia. Não há prevalência por sexo e os idosos são mais acometidos devido a fatores imunológicos, doenças associadas, imobilidade e uso de medicamentos”, ressalta o médico.
Normalmente, explica Goya, o quadro se inicia com uma gripe ou resfriado, que se complica com o surgimento de febre mais elevada, falta de ar, tosse com expectoração amarelada e dor torácica. Pacientes com certas particularidades podem ainda apresentar dor abdominal, vômitos, diarreia, apatia, sonolência ou piorar a sua doença de base.
Diagnóstico e tratamento
Exames complementares (raio-x ou tomografia do tórax e hemograma) são importantes e ajudam a definir o diagnóstico, o tratamento, a gravidade e possíveis complicações. “A gravidade varia conforme o estado geral do paciente, sua idade, doenças associadas, uso de medicamentos prévios, local de aquisição da pneumonia (fora ou dentro do ambiente hospitalar), extensão da pneumonia, agente causador, entre outros”, elenca Goya.
O tratamento também depende desses fatores. “Um quadro leve em um paciente previamente saudável pode ser tratado em seu domicílio. Mas, a depender da avaliação médica, o paciente deve permanecer internado até melhora da infecção.”
Prevenção
Vacina, alimentação equilibrada, hidratação e alguns outros cuidados são as principais formas de se prevenir de pneumonias. As vacinas existentes no mercado contra a pneumococos, bactéria causadora da pneumonia, garantem proteção por cinco anos, já que dificilmente há mutação desses agentes. Outra medida é a vacina antigripal, pois quadros gripais predispõem às pneumonias. Neste caso, todas as formas de prevenção são bem úteis: lavar as mãos, usar lenços descartáveis, evitar contato com pessoas gripadas e ventilar bem os ambientes.
E, antes de tudo, cuidar bem da saúde. “No nosso clima atual, quando ocorre grande variação de temperatura e umidade baixa, é necessário que os indivíduos mantenham uma dieta equilibrada, com ingestão de líquidos em abundância e evitando o sedentarismo”, conclui Redimir.