O Ministério da Saúde lançou na terça-feira, uma campanha de vacinação contra o HPV A ação visa atingir 10 milhões de meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos.
A vacina já fazia parte do calendário obrigatório do Programa Nacional de Imunizações do Sistema Único de Saúde e seu alcance deve ser expandido até 2020, para ampliar a cobertura vacinal. A preocupação é decorrente de um estudo apresentado em que a prevalência do vírus excede os 54% dos jovens brasileiros, entre 16 e 25 anos.
A gravidade do vírus motivou a pesquisadora dra. Luísa Lina Vila a elaborar um estudo que mediu a resposta imunológica de 500 adolescentes vacinados contra o HPV. O estudo foi reconhecido com o terceiro lugar no Prêmio Péter Murányi, que será entregue em abril. A pesquisadora foi uma das responsáveis pelo primeiro estudo clínico que comprovou a eficácia da vacina no combate contra alguns tipos de cânceres.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina contra o HPV poderia evitar a morte de mais de 250 mil mulheres, por ano, diagnosticadas com câncer de colo de útero. E no Brasil, estima-se que ocorram 16 mil casos de câncer de colo de útero por ano, com cinco mil óbitos, de acordo com o Ministério da Saúde. O governo brasileiro também destaca que mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos casos de tumores de pênis estão relacionados ao HPV.
Presidente da Fundação Péter Murányi, organizadora da premiação, Vera Murányi Kiss avalia a importância de iniciativas como a realizada pela dra. Luísa para conter o avanço de doenças que podem colocar em risco a vida das populações mais jovens. “Estudos como o conduzido pela dra. Luísa deixam claro o compromisso dos pesquisadores brasileiros em garantir o bem-estar das atuais e futuras gerações. O trabalho também reforçou a participação da mulher na Ciência, além de projetar o alcance e a importância dos estudos clínicos produzidos em nosso país”, ressalta. Indicada pela Fapesp, a análise integrou levantamentos com voluntárias em nações como Estados Unidos, Finlândia, Noruega e Suécia.
Vacina contra o HPV pode evitar 250 mil mortes por ano
