As indústrias Krindges e Raffer são as pioneiras do setor.

A maior parte das roupas masculinas confeccionadas no Brasil sai das indústrias de confecções do Sudoeste do Paraná. A região concentra 212 empresas de confecção, sendo que 95% delas produzem moda masculina casual, social e jeans. As indústrias do Sudoeste também produzem roupas para as festas juninas da região Nordeste do Brasil.
De acordo com Solange Stein, secretária-executiva do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Sudoeste do Paraná (Sinvespar) e coordenadora de programas e projetos de moda masculina do Sudoeste, as empresas do segmento estão distribuídas por 42 municípios, sendo que Ampere é o que concentra o maior número de indústrias e funcionários.
A Krindges é uma delas. Pioneira na região, fundada há 43 anos, foi quem deu início ao processo de industrialização de Ampere e redondezas. Hoje, com 850 funcionários, é a maior empregadora do município e uma das mais importantes produtoras de roupas masculinas do País.
Leonardo Fistarol Krindges, CEO da empresa, explica que, aos poucos, as vendas estão voltando a ganhar força. No início da pandemia, a empresa usou a capacidade instalada para fabricar jalecos e máscaras. A demanda garantiu o emprego de todos os funcionários da Krindges e ainda permitiu novas contratações.
“Já retomamos nossa produção normal. Produzimos aqui 150 mil peças por mês para três marcas próprias: Docthos, Guilherme Soul e Private Label”, diz. Além disso, a fábrica produz peças para outras marcas como Reserva, Foxton e Renner. Em Dois Vizinhos funciona outra grande indústria do setor, a Latreille Jeans, fundada pela família Latreille.
A mais tradicional
Em Francisco Beltrão está localizada a Confecções Raffer, fundada em 1977, e tradicional indústria da produção de moda masculina. Especializada no segmento de moda social e alfaiataria de alto padrão, a empresa sentiu com mais força as consequências da pandemia.
De acordo com Claudemir Bordignon, diretor-comercial da empresa, o segmento em que atuam acabou sendo diretamente atingido, com a suspensão de festas e eventos. “Nos primeiros meses, ajustamos a fábrica para produzir outros produtos, como máscaras e jalecos. Mas, agora, aos poucos a demanda está sendo retomada”, afirma.
A Raffer começou como uma pequena alfaiataria e foi crescendo. Hoje, a empresa tem uma área construída de 15 mil metros² e emprega 300 pessoas. Para Bordignon, a maior parte das pessoas não faz ideia de onde vem o produto que estão consumindo. “Muitos clientes consomem nossos produtos sem saber que são feitos no Paraná. Divulgar a produção do Estado é muito importante”, afirma.
Vários nichos de mercado são atendidos
De acordo com Solange Stein, do Sinvespar, o Sudoeste se subdivide por especialidades na área têxtil. “Temos vários nichos na região. A área de Santo Antônio do Sudoeste, por exemplo, é a que mais produz, com quase 30 empresas especializadas em calças. A região de Francisco Beltrão concentra produtores de ternos e Dois Vizinhos concentra principalmente fábricas de jeans”, explica.
As indústrias se concentram principalmente em Ampere (23), Santo Antônio do Sudoeste (31), Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Santa Izabel do Oeste, Salto do Lontra e Flor da Serra do Sul.