Os eventos serão no Calçadão Central e no Hospital Regional. Com a pandemia do novo coronavírus, a banda teve que se reinventar.
A Banda da Polícia Militar do Paraná fará duas apresentações hoje, em Francisco Beltrão. Entre 9 e 9h30 ela fará uma Caminhada Musical na Praça Central e Calçadão e entre 10h30 e 11h, a apresentação no Hospital Regional em homenagem ao trabalho dos profissionais de saúde e pacientes da Covid-19. É a segunda vez que a banda da PM vem ao município.
O subchefe da banda, tenente Elizeu Silva, concedeu uma entrevista ao JdeB, nesta semana, sobre os trabalhos, composição do grupo, instrumentos utilizados e a rotina. Ele disse que devido à pandemia do novo coronavírus a banda teve que se reinventar. O capitão Galdino é chefe, mas está de férias no momento e não estará em Francisco Beltrão.
Paraná, PM e Banda
A banda foi criada há 163 anos, ou seja, tem quase a mesma idade da emancipação do Estado do Paraná, ocorrida em 1853, e da criação da Polícia Militar, em 1856. Por isso, o tenente Elizeu diz que “a história da banda se confunde com a própria história da Polícia Militar, que tem 166 anos, e a banda é a primeira unidade da PM. A Polícia Militar surgiu com a cavalaria, que é o Regimento Coronel Dulcídio, e em seguida, já foi criada a banda de música. Então, a banda de música é a unidade mais antiga da PM”.
O grupo é composto por 80 músicos. Tenente Elizeu diz que em algumas apresentações, neste momento de pandemia, não estão sendo utilizados todos os integrantes: “também tivemos que nos reinventar agora, durante essa pandemia, e criar grupos para fazer apresentações onde não haja aglomeração de pessoas e dos próprios músicos”.
Grande repertório
O repertório é vasto, são tocadas desde música eruditas, clássicas (quando necessário) e populares até internacionais e infantis. “Nós procuramos agradar todo público, porque a Polícia Militar atende a comunidade em geral. Então, como nosso público-alvo não tem uma idade específica, não tem gênero específico, nós tentamos atender a todos e tocamos hoje todo tipo de música, desde popular, sertanejo, infantil, erudito, justamente para agradar todo público na comunidade em geral”, informa o tenente.
Até 40 apresentações
Sobre as apresentações mensais, o sub-chefe da banda da PM, diz que são realizadas de 15 a 40 apresentações mensais – isso em tempos normais. “Agora, durante a pandemia, nós estamos fazendo alguns eventos tocando nas ruas, é um evento mais itinerante para não gerar aglomeração. Então, nós estamos fazendo homenagens aos profissionais de saúde que, assim como a Polícia Militar, está na linha de frente ao Covid-19, estão combatendo, trabalhando diariamente. Então nós estamos fazendo eventos pontuais, ou seja, em áreas prediais para que a população assista das suas casas a banda de música, ou a gente faz a homenagem aos profissionais de saúde”. Mesmo quando não está se apresentando, a banda precisa ensaiar.
Como convidar
Para a banda se apresentar no interior do Paraná, geralmente o contato ocorre por meio dos quartéis/pelotões/batalhões da PM. As prefeituras entram em contato com o quartel ou batalhão da sua região, via comandante do batalhão, que encaminha o pedido para o comando-geral da PM-PR, que autoriza o deslocamento para o município. “Geralmente, é autorizado [o deslocamento], a não ser que tenha algum evento grande na capital, que impossibilite a viagem, mas geralmente é autorizado”. As viagens para os municípios do interior são comuns, em média de 15 a 20 por ano.
Instrumentos utilizados
A banda conta com instrumentos de madeiras, metais e percussão. Os de madeira são clarinetes, flautas, oboés, saxofones. Os metais: trompetes, trombones, trompas, tuba. E percussão conta com caixa, bumbo, a bateria simples, que dá o ritmo à banda de música. Quando necessário, são utilizados também guitarra, baixo e teclado, mas o uso destes três instrumentos depende do repertório.
Policiais músicos se dedicam apenas à banda
Hoje, os policiais músicos praticamente só atuam na banda devido à necessidade e quantidade do serviço (apresentações). “Em tempos normais, diferente agora da pandemia, nós temos em média 340 serviços por ano, então é praticamente um por dia. Nós não conseguimos, não temos assim uma folga, digamos, dos nossos eventos da banda de música, para que o policial faça outros serviços, de rua, por exemplo, de viaturas, devido à demanda ser muito grande na banda de música”, explica o tenente Elizeu Silva, sub-chefe da Banda da Polícia Militar.