A cremação aconteceu na última sexta-feira, 19. O corpo cremado foi de uma mulher de Salgado Filho.

O Crematório Jardim das Oliveiras é o único do Sudoeste do Paraná e realizou a primeira cremação na última sexta-feira, 19. A obra, construída nas margens da PR-483 – saída para Cascavel – recebeu o corpo de uma mulher, de Salgado Filho, que foi cremado, marcando o início das atividades do novo empreendimento. De acordo com o proprietário, Milton Inocêncio, que atua no segmento funerário, com a família, há 40 anos, o crematório possui uma estrutura física de 1.300 m², com móveis, acabamentos e materiais de altíssima qualidade no ramo da construção civil.
Outro equipamento que se destaca, em relação aos crematórios já existentes – Maringá, Campina Grande, São José dos Pinhais e Londrina, que está em fase de conclusão – é o forno, onde são cremados os corpos, cuja temperatura pode atingir aproximadamente mil graus. Além disso, o local é composto por um estacionamento com capacidade para 80 veículos, três salas de velório, que podem ser utilizadas simultaneamente, se for o caso, capela, acomodações para familiares, refeitório, recepção, área administrativa, salão para celebrações religiosas ecumênicas e um ambiente para depósito de cinzas.
Pedidos de cremação
As obras perduraram por quatro anos, até que fossem concluídas. Porém na última sexta-feira, aconteceu a primeira cremação. Por isso, na manhã de ontem, Milton Inocêncio e o filho, Ricardo Inocêncio, concederam uma entrevista para a Rádio Onda Sul FM e comentaram que estão realizando um sonho de família. Ricardo vai cuidar da parte administrativa e declarou que desde dezembro até agora, já receberam 12 pedidos de cremação, contudo 11 foram encaminhados para outras unidades e um foi realizado em Francisco Beltrão, marcando o início das atividades.
Ele acredita ainda, que em breve serão realizados procedimentos diários, no Crematório Jardim das Oliveiras, já que a procura está sendo satisfatória, e o empreendimento vai atender as regiões Sudoeste, Oeste e Centro-Sul do Paraná, e ainda, Oeste e extremo Oeste de Santa Catarina.
Milton explicou que o custo de cremação é menor, se comparado ao procedimento tradicional. Outra questão levantada é de que o ato de cremar o corpo agride menos o meio ambiente.
“O valor para cremar ficará em aproximadamente R$ 4 mil, isso dividido em até 48 parcelas. Se fizermos as contas, talvez o custo fique abaixo do sepultamento tradicional. Além disso, pode ser feito planos de velório ou cremação pela Unifas”, revelou.
Para cremar um corpo, uma pessoa com parentesco direto – pai, mãe ou filho – tem que assinar um termo de intenção de cremação. Além disso, se a morte for a natural, dois médicos precisam assinar o laudo, autorizando o procedimento. Caso aja uma morte “estúpida”, caracterizado assim por Milton Inocêncio, ou por outro motivo que envolva a justiça, se torna necessária a liberação judicial.
Entretanto, se não houver a documentação imediata, o Crematório Jardim das Oliveiras dispõe de uma câmera fria para armazenar até oito corpos enquanto aguarda a liberação de cremação.
Memorial da pessoa
Existe um memorial, que é uma sala para depósito das cinzas, que funciona como locação, com a possibilidade de incluir alguns pertences do ente falecido.
A urna que armazena as cinzas varia de R$ 500 a R$ 10 mil, dependendo do material, que pode ser cerâmica, madeira, bronze, pedra ou até mesmo de ouro.
As três salas destinadas aos velórios são interligadas por portas e podem tornar-se numa única sala, em caso de necessidade. Cada sala tem um espaço de repouso para a família. Há ainda uma capela ecumênica e uma praça de alimentação.
Procedimentos
A cremação dura até 2 horas, sendo que o forno tem capacidade para um corpo. A sala do cerimonial tem espaço para até 120 pessoas sentadas. O caixão, chamado de urna, vai todo para o forno, apenas são retirados metais e vidros e, em caso de uso do marca-passo, este também deve ser retirado. Não há acesso ao forno, nem visualmente.
O custo varia de R$ 3.500 a R$ 4.500, conforme os serviços agregados, como locação da capela, cerimonial, músicos, telão com apresentação de vídeos e fotos e chuvas de pétalas de rosas, caso seja opção da família. Para o futuro, a intenção também é oferecer a possibilidade de revoada de pombos correios.
Segundo Milton, o procedimento contribui com o meio ambiente, pois não há emissão de cheiros e nem de fumaça, graças à tubulação.
“A cremação deixa de lançar no solo mais de 70 litros de líquidos do corpo. Em países mais adiantados, como a China, este é o único procedimento permitido, até porque não há espaço para o sepultamento tradicional.”
Além disso, a cinza não polui, podendo ser jogada em rios e mares ou mesmo armazenada onde a pessoa desejar.
