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Francisco Beltrão
segunda-feira, 02 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Juan e Luziani Filgueira viajam juntos há 15 anos

Ele seguiu a profissão do pai, que está aposentado da boleia.

Juan com o caminhão Scania que dirige: um rodotrem Scania, de nove eixos e 25 metros.

Juan Diego Filgueira, 39 anos, é motorista de caminhão em Francisco Beltrão. Começou na atividade há 17 anos. O gosto pela boleia vem de “sangue”. O pai de Juan era motorista, hoje está aposentado. “Aprendi com ele, sempre que possível estava junto comigo.”

O motorista dirige um caminhão Scania, nova geração, da Mombelli Transportes, de Francisco Beltrão. Com seu Scania puxa um rodotrem de nove eixos e 25 metros. Está na Mombelli Transportes há 14 anos. Transporta, atualmente, todo tipo de grãos do Mato Grosso para os portos de Paranaguá (PR) e Imbituva (SC) e volta para o Mato Grosso, geralmente, com outros produtos. 

Juan é casado com Luziani Lopes dos Santos. Ambos viajam juntos, o que torna a viagem mais gostosa pela companhia dos dois. “Viajo com minha esposa, a rotina é tranquila, nós que planejamos, às vezes temos que adaptar nossos horários de refeições e paradas de acordo com o que nós precisamos no dia, por questão de restrição de horário por ser [um rodotrem de] 25 metros, pois tem restrição de tráfego em pistas simples, do nascer ao pôr do sol. Já em pista dupla nós podemos rodar 24 horas”.

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O motorista ressalta que, por causa disso, varia muito a jornada de trabalho. Além da estrada, outra questão que o casal enfrenta é para descarregar. “Às vezes passamos a noite em filas pra descargar no porto, por exemplo, então no outro dia nós paramos mais cedo pra descansar”.

O casal vem para casa uma vez por mês. Em junho eles ficaram três dias. “É difícil passar mais de cinco dias no mês em casa”, relata Juan.

Juan e Luziani estão há 15 anos viajando juntos.

 

Privilégio x Desafio
Juan e Luziani estão há 15 anos viajando juntos. Por isso, ele comenta que fica bem mais fácil, mais tranquilo o dia a dia. “Mas sentimos saudades de casa, da família, com certeza. Pra gente já é muito difícil ficar longe de casa, imagina pra quem tem filhos, mulher, e demora também pra ir para casa, só quem passa por isso sabe como é difícil”.

Pandemia e os cuidados
Os motoristas viajam às vezes num dia de 700 a mil quilômetros. Podem sair de manhã do Paraná e dormir no Mato Grosso. Neste ano, um desafio para os motoristas é a rápida disseminação do novo coronavírus. Diante disso, os motoristas estão se cuidando mais, para evitar o contágio. “Com a pandemia adotamos todos os cuidados necessários, álcool em gel, máscara, lavar as mãos e não ter contato com outras pessoas. Na minha opinião, nós temos menos contato com pessoas, nós não entramos nas cidades, nós fazemos nossas refeições no caminhão, nas empresas que carregamos e descarregamos eles verificam temperatura e nós seguimos todos os protocolos de cada empresa.”
Ao longo destes meses de pandemia, Juan observou que as pessoas das regiões Sul e Centro-Oeste tomaram atitudes diferentes. “Na região Sul nós vemos que as pessoas têm mais cuidado, porque no Mato Grosso demorou um pouco mais para começarem a tomar as medidas de segurança, mas tentamos na medida do possível continuar com certa normalidade.”
Com a pandemia, os postos pedem para usar máscara, alguns colocaram divisórias de acrílico nos caixas, nos restaurantes dos postos tem alguns que os motoristas podem se servir, passando álcool e usando luvas, tem alguns que voltaram a servir só marmita, os frentistas usam máscaras.

Gosta da profissão
Mesmo com as dificuldades e desafios inerentes à profissão, Juan se diz satisfeito. “Eu gosto do caminhão, apesar da profissão ser complicada, perigosa, nós passamos por muitas situações difíceis… Mas o salário dessa categoria é razoável, então seguimos.”

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