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Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Dept. Q: Diálogos afiados e crimes não resolvidos

Foi nos idos do início do século 21 que descobri, junto com todo mundo, eu acho, a vocação dos nórdicos para histórias policiais. Tudo começou com a trilogia de livros que virou trilogia de filmes Millennium e com a série The Killing.
Depois disso, sempre aparece uma trama ambientada num lugar frio, com nomes diferentes e um mistério envolvente. É o que Dept. Q parece, só que se passa na Escócia. Mas é baseada nos livros do dinamarquês Jussi Adler-Olsen.
O protagonista é Carl Morck (Matthew Goode, de Watchmen – O Filme) um detetive inteligente que não sabe como fazer amigos, mas consegue influenciar pessoas. Ele lembra o Dr. House, só que sem ser surreal. De resto, é sagaz, sarcástico, sem filtro na língua ou preocupação com os sentimentos dos outros.
Como é de se esperar, ninguém gosta dele e isso se torna um trampolim perfeito para a melhor qualidade da série: os diálogos. Não estamos falando de Tarantino, mas as provocações e ofensas, as tiradas ácidas proferidas principalmente pelo próprio Carl, são o ponto forte dos episódios, em especial as conversas dele com a psicóloga.
Embora tenha um mistério central e um mistério secundário bem instigantes, esse eterno estado ranzinza de Carl, distribuindo coices com muito estilo durante todos os nove episódios, é a cereja desse bolo.
Depois de um evento traumático, ele ganha uma “promoção”, um departamento só dele, onde vai escolher casos não solucionados para resolver. É uma manobra midiática das autoridades para ter mais apoio da população e uma tática da sua chefe para se livrar dele. A nova sala é top.
A trama é inteligente, envolvente, tem humor e personagens um tanto coloridos. Dá para notar interessantes disputas entre gerações. Um acerto da Netflix que vale a pena para relaxar no final do dia.

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