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Francisco Beltrão
domingo, 01 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

”Minha finalidade não é fazer atletas, é saúde”

Luiz Carlos de Oliveira Mendes, o Sarará, é um dos nomes mais conhecidos entre corredores no município e reconhecido como grande incentivador do esporte.

Um dos grupos — este só de mulheres — que Sarará acompanha pelas ruas da cidade.

No próximo dia 9 de outubro, é comemorado o Dia do Atletismo, que tem como intuito homenagear uma das práticas esportivas mais antigas do mundo. Em Francisco Beltrão, um dos grandes nomes desse esporte é Luiz Carlos de Oliveira Mendes, o Sarará. Mas hoje, além de colecionar suas medalhas, Sarará também é reconhecido como um incentivador das corridas.
Aos 75 anos, o veterano mantém voluntariamente vários grupos de corrida no município. “Eu tenho vários grupos e de diversos níveis de corredores. Eles que me procuram e eu pergunto ‘já correu?’ ‘Não’, ‘ah, então tem os horários assim’. Tem das 4h30 às 5h30, terça e quinta, que é lá dentro do Anilado, a gente corre dentro do campo, aquele pessoal de mais idade, que pra sair na rua tem mais risco, então eu fico com eles lá, a gente corre, caminha, joga bola, coisas assim pra coordenação, que a pessoa vai perdendo. Porque eu não sou professor, a minha finalidade não é fazer atleta, é saúde, sou mais um motivador”, conta Sarará.

E esse é só o começo do dia. “Aí o pessoal da rua, eu tenho grupo segunda, terça, quarta, quinta e sexta, das 6h às 7h, das 7h às 8h e das 8h às 9h. Quando eles não aparecem, eu vou na academia, faço RPM, musculação e fico até as 10h.” À noite, ainda sobra pique para atender a quem aparecer: “Segunda eu estava com dez pessoas correndo na rua, não conhecia nenhuma, nunca tinha visto. É o hábito e a disciplina, tu tem 24 horas para os outros, e pra você? Tem que ter aquele horário e sempre fazer”.
Juliana Blange Cavalheiro e o marido, Júlio Assis Cavalheiro Neto, fazem parte de um desses grupos. Eles começaram a correr há cerca de cinco anos, mas sem orientação, depois pararam por um período. “Quando resolvemos voltar a praticar a atividade, sentimos que precisávamos de um estímulo, de alguém que tornasse nosso esporte mais prazeroso. O primeiro nome que veio a nossa cabeça foi o Sarará. Sempre ouvimos falar muito bem de sua alegria em viver e em sua dedicação de fazer com que mais pessoas praticassem a corrida”, relatam.
Outro que descobriu o esporte foi Júlio Cesar Moreira. “Quando eu comecei com o Sarará, eu não praticava corrida, nem um metro. Ele foi meu grande incentivador, sempre sai com a gente aí nas ruas, não cobra nada, faz pelo amor ao esporte. Admiro e sou muito grato a ele. Acredito que estou num estágio bem bom, quero mais ainda, já consegui uma performance perto do meu limite, mas estou muito feliz e com uma saúde muito boa”, destaca.

Ninguém fica para trás
Apesar de colecionar medalhas e troféus, Sarará afirma que seu compromisso é incentivar as pessoas no esporte e, por isso, ninguém fica para trás quando corre com ele. “Eu faço corrida de rua em ritmo de lazer, essas que tem aí, Corrida do Soldado, dos Bombeiros, vou lá, busco um, volto, busco outro, minha finalidade não é ganhar. Eu corro com um cego agora, eu sou o parceiro dele, não é ele que é meu parceiro, eu tenho que avisar, dizer onde vamos virar, e respeitar o ritmo dele”, ressalta.
Com Taciana Rodrigues foi a mesma coisa. “Todos os dias, quando ia para minha casa, encontrava um pessoal correndo com o Sarará. Percebi que esse povo estava sempre feliz, e comecei a pensar como eu faria, já que não tinha preparo nenhum. Então um certo dia liguei para o Sarará e ele me falou que era para ficar tranquila, que ele iria acompanhar meu ritmo e que não me deixaria na mão”, conta Taciana.
Ela juntou as amigas para correr à noite, com o “professor Sarará”. “Nunca havia pensado em corrida, sempre gostei de vôlei, academia, mas correr foi um amor à primeira vista. Tempos depois comecei a sentir o joelho, ele ia comigo fazer treinos de fortalecimento na grama, essa iniciativa dele me deixou tão feliz que não vi motivos para desistir. Hoje tenho ele como um verdadeiro amigo. Rimos muito, fazemos piada, interagimos fora da corrida com as pessoas que passam, sem contar a positividade do grupo”, completa Taciana.

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Marcio Santos, Fran Stoco, Darce Farol, Taciana Rodrigues, Adri Grapski e João Gabriel Moreira formam um dos grupos que correm à noite na companhia de Sarará.

 

Como é correr com o Sarará?

“Para nós, a melhor parte da corrida é correr com o Sarará. Pessoa de humildade ímpar, sempre alegre e com muitas histórias para contar. Não deixa ninguém desistir no meio do caminho, está sempre incentivando e cuidando de seus corredores. Nos passa muita segurança, pois está sempre a nossa frente nos protegendo dos perigos do trânsito. O percurso passa muito rápido, quando nos damos conta, já estamos retornando ao local de partida, tudo isso graças à sua disposição, garra, força e fé. Pedimos a Deus que continuei abençoando essa grande pessoa e que venham muitas outras medalhas, esse menino não parou de competir ainda! Vencedor ele já é”, dizem Juliana e Júlio.
Taciana acrescenta: “É excepcional, posso dizer que ele me tirou de uma rotina pacata, sem graça, hoje sou muito mais ativa, faço corrida, faço academia, este ano já vou subir o segundo pico, o que exige muito preparo, e isso só foi possível com o apoio e a persistência do Sarará. Só tenho a expressar gratidão a ele por nunca ter desistido, vou levar para minha vida toda”.

Juliana Blange Cavalheiro e o marido, Júlio Assis Cavalheiro Neto, voltaram a correr com incentivo de Sarará: “Não deixa ninguém desistir no meio do caminho”, conta o casal.

 

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