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Francisco Beltrão
segunda-feira, 02 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

“A moderna tecnologia facilita a vida no campo”

A agricultora Marli Toscan foi aos Estados Unidos e ao Canadá para conhecer a produção agropecuária.

 

Marli: “Em geral, a família de quatro pessoas dá conta de toda a propriedade, pois é tudo mecanizado”.

 

A produtora rural Marli Toscan se divide entre Francisco Beltrão e Renascença, onde tem seu sítio. Entre os dias 10 e 24 de maio deste ano, ela participou de uma viagem técnica para os Estados Unidos da América (EUA) e para o Canadá, promovida pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Sistema Faep). Marli também faz parte do Sindicato Rural de Renascença e participou da viagem junto com 32 produtores do Paraná, divididos em quatro grupos. A produtora integrou o primeiro grupo, que visitou os dois países. 

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Marli, além de produtora rural, é professora de língua inglesa da Secretaria Estadual de Educação. Para poder viajar, ela conseguiu uma licença do Estado e aproveitou, além de aperfeiçoar seus conhecimentos da produção rural, para melhorar o seu inglês. 

O grupo visitou cooperativas de produção de sementes e grãos, universidades para conhecer a pesquisa, a empresa Monsanto e propriedades de leite com manejo de vacas jersey e holandesas. “Nas propriedades de leite, eu percebi que eles usam muita tecnologia, são muito organizados, contam com manejo automático, eles têm cuidados excepcionais desde a cama da vaca até o laboratório.”

Diferenças que chamaram atenção
Ao conhecer a realidade de produtores rurais dos Estados Unidos e do Canadá, a comparação foi inevitável. Então Marli citou algumas diferenças que percebeu durante a visita técnica. “Nos EUA, o governo dá muito subsídio para a produção, então, em um único contrato, o produtor precisa entregar 100 mil litros de leite por dia, nem mais e nem menos. O governo subsidia para o produtor ter mais estrutura e utilizar menos mão de obra. Em geral, a família de quatro pessoas dá conta de toda a propriedade, pois é tudo mecanizado”, diz a produtora, que elogia o apoio americano aos produtores. 

Outra diferença que ela percebeu é que os americanos não têm o costume de vender suas propriedades. A terra é passada de geração para geração e, quando é arrendada, a lógica é privilegiar os filhos da pessoa que sempre utilizou a terra. 

Os direitos dos produtores também são diferentes. “Aqui, nós fazemos mata ciliar e o governo incentiva fazer conservação de solo com mata. Nos EUA, eles fazem a conservação com grama e o produtor pode explorar o que tem abaixo do solo dele, aqui não”, compara Marli. 
Agricultura de precisão
O grupo de agricultores foi a uma fazenda de precisão, onde há equipamentos de alta tecnologia, tudo é reutilizado e o proprietário cria sua estrutura. “Pessoas de todo o mundo vão conhecer como é realizada a produção de milho e trigo. Nada se perde da produção, pois tudo é programado. Eles produzem semente para a Monsanto e apenas o proprietário e a família dão conta da propriedade de 1.200 alqueires. A moderna tecnologia dá facilidade à vida no campo”, comenta Marli. 

A fazenda fica no estado de Illinois e eles aproveitam os três meses mais favoráveis para o plantio. Com invernos muito rigorosos, os agricultores precisam se planejar para um curto período de tempo. “No Brasil nós temos a possibilidade de fazer plantio de rotatividade de até quatro culturas, por causa do clima, diferente de lá.”

Expedição
Marli mora em Renascença, na Linha Planalto, e foi até Curitiba, onde pegou avião até a cidade de Chicago, que fica no estado americano de Illinois. Nos Estados Unidos, o grupo foi muito bem recebido e em algumas fazendas as pessoas até tentaram reproduzir a palestra em português e todos queriam trocar experiências. 
Marli considera que a viagem impulsiona e incentiva a melhorar a produção e a estudar. “No Brasil a gente tem um solo bom. E temos que conscientizar que precisamos estar organizados, junto das cooperativas e dos sindicatos, para podermos cobrar mais incentivos do governo”, enfatiza. 

É preciso estudar
Ela diz que atualmente o Senar e a Faep têm incentivado os produtores a se capacitarem e, para isso, oferecem muitos cursos de manejo. “A gente espera que os filhos de agricultores continuem estudando e aplicando os incentivos dos sindicatos, Faep, Senar e dos colégios agrícolas para poder fazer o que é certo”, avalia a produtora. Para ela, a qualificação do trabalho, o amor pelos animais e pelo campo é um começo para fazer a propriedade dar certo. 

A mulher

 

 

Marli Toscan em uma fazenda no estado de Illinois, nos EUA. 

 

Segundo Marli, a mulher tem de acompanhar o marido e estar por dentro da propriedade. “Tem que andar junto para ter uma produção de qualidade. Nos Estados Unidos e no Canadá, as mulheres são muito ativas, elas cuidam da programação das máquinas, do laboratório, da qualidade do produto e dão todo o suporte da propriedade”, ressalta a produtora. 


 

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