Em 12 meses, os poupadores tiveram um ganho real de 4,22% (descontada a inflação).

mercado e está tendo ótima captação neste ano de 2017.
Com a queda na inflação, a poupança voltou a ser uma aplicação rentável. Em maio, a modalidade de investimento teve um rendimento de 0,58%, com acumulado de 2,97% no ano e 7,98% em 12 meses. Enquanto isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a inflação oficial do País – de maio foi de 0,31%, ou seja, o ganho real da poupança no último mês foi de 0,27%. No ano, a inflação registrada é de 1,42 e em 12 meses de 3,6%.
Há pelo menos um ano a poupança vem apresentando resultado acima do IPCA. O governo implementou reformas, mas ainda há um clima de insegurança no cenário econômico, o que faz com que os consumidores gastem menos e não contraiam novas dívidas.
A expectativa do mercado financeiro é de que a inflação termine o ano em 4,19% e a projeção é de que, em 2018, a alta nos preços fique exatamente na meta perseguida pelo BC. Nesse cenário, a expectativa é de que os juros básicos da economia, atualmente em 10,25% ao ano, fiquem em 9%.
Mais rentável que alguns fundos
Segundo Laurici de Campos, gerente da agência central da Caixa Econômica Federal, a remuneração da poupança para pessoas físicas é 0,5% ao mês mais a variação da TR (Taxa Referencial). Ele observa que alguns fundos de renda fixa, que remuneram conforme a Selic, já estão perdendo pra poupança, em função de terem desconto do Imposto de Renda (IR) e taxas administrativas. “Com a inflação em alta, o governo também aumenta a Selic, e os fundos se tornam mais interessantes.” Não há incidência de IR sobre a renda da poupança.
Entenda as regras
Desde 2012, o Governo Federal estabeleceu que, quando a taxa Selic chegar a 8,5% ao ano ou menos, a remuneração da poupança será de 70% da Selic mais a TR. “Essa medida foi adotada para evitar que a remuneração da poupança em épocas de juros baixos se torne muito superior aos demais produtos de investimentos. O governo não pode deixar os fundos de renda fixa desinteressantes, porque é com esse dinheiro que se financia a dívida pública interna. O governo faz leilões de títulos da dívida, os grandes bancos compram e repassam para o aplicador doméstico, cobrando uma taxa administrativa”, destaca.
De junho de 2012 até julho de 2013, a taxa Selic ficou abaixo de 8,5% e a poupança adotou esta remuneração. Atualmente, a Selic é de 10,25% a.a, com esta taxa remuneração da poupança continua sendo de 0,5 % ao mês mais TR. “Por ter uma remuneração fixa de 0,5%, mais TR a poupança está se tornando bastante competitiva novamente.” O rendimento varia conforme os dias úteis do mês.
Serve para economizar, não como investimento
O professor Robson Faria, especialista em Finanças, comenta que a inflação em queda favorece a aplicação em poupança. Isso porque as taxas ficam próximas. “Há pouco tempo com a inflação próxima dos 11% a.a diferença era de 5% a.a ocasionando uma perda do poder de compra. Na situação atual essa diferença é menor. Contudo, a poupança não é indicada como investimento, outras aplicações, como tesouro direto tendem a dar mais retorno no longo prazo.
Poupança reverte tendência e registra mais depósitos que saques em maio
ABr – Pela primeira vez em cinco meses, os brasileiros depositaram mais do que sacaram na poupança. Em maio, a captação líquida (depósitos menos retiradas) somou R$ 292,6 milhões, informou o Banco Central (BC). Desde dezembro do ano passado, a aplicação não registrava entrada líquida de recursos.
Para meses de maio, neste foi a primeira vez desde 2014 que o Banco Central registrou mais ingressos que retiradas de recursos. Em maio daquele ano, a captação líquida tinha somado R$ 2,27 bilhões. Com o início da crise econômica, a caderneta registrou retirada líquida de R$ 3,2 bilhões em maio de 2015 e de R$ 6,59 bilhões em maio do ano passado.
Apesar do desempenho positivo em maio, as retiradas continuam maiores que os depósitos no acumulado do ano. Nos cinco primeiros meses de 2017, a caderneta de poupança registrou retiradas líquidas de R$ 18,38 bilhões, perda de recursos menor que os R$ 38,89 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.
Desde o início da recessão econômica, em 2015, os investidores têm retirado dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego. Em 2015, R$ 53,5 bilhões foram sacados da poupança, significando a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões.
Outro fator que contribuiu para os saques no acumulado do ano foi a perda de rentabilidade da caderneta em relação a outras aplicações. Nos 12 meses terminados em maio, a poupança rendeu 8,06%, contra 13,45% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).