Mãe de seis filhos e autora de seis livros, superou sete AVCs e só não resistiu à Covid.
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Ana Mercedes Fraporti (16-2-1941 a 29-8-2020): seis filhos, seis livros publicados, 15 netos,
dois bisnetos(as), centenas de alunos educados por ela, 24 anos de viuvez, sete AVCs e 79 anos bem vividos.
Nas estatísticas, ela pode aparecer simplesmente como a 18ª morte por Covid em Francisco Beltrão, mas os filhos e todos que a conheceram sabem que Ana Mercedes Fraporti foi uma pessoa excepcional. Professora que ficou viúva nos últimos 24 anos de vida, continuou guiando a família com a mesma fibra de sempre.
Dois anos após ter perdido o marido, publicou seu primeiro livro (Livre para Amar) e continuou pesquisando, escrevendo e palestrando. Ela juntava a teoria à prática e seus livros circularam, e circula, pelo Brasil afora. Só parou com suas muitas atividades depois do primeiro AVC, em 15 de setembro de 2015. Por uns tempos, perdeu a voz e não conseguia mais ler nem escrever. E não conseguiu concluir seu livro de memórias.
Ana Mercedes Fraporti era sócia-fundadora do Centro de Letras de Francisco Beltrão. Só parou de frequentar quando mudou para Curitiba, em 2015, para tratamento de saúde.
Depois do primeiro, sofreu mais seis AVCs. O sétimo foi em março deste ano, já no período da Covid-19 e de lá em diante alternou períodos em casa e períodos no hospital, até que acabou infectada, a família não sabe como, mas acredita que, não fosse essa doença, ela teria resistido mais tempo.
O óbito ocorreu às 8h30 da manhã de sábado e o sepultamento, dentro dos protocolos da Saúde, às 14h, restrito aos familiares que lamentaram – como tem acontecido com os demais falecidos de Covid – não poder lhe oferecer uma despedida à altura do que foi sua vida.
Segue um texto escrito pela filha mais nova, Rosely:
Grande nome, grande ser humano
Nascida em 16/2/1941, fazendo sua passagem com, então, 79 anos. Viúva há 24 anos (de Jolvino Luiz Fraporti – 31-1-1938 a 18-3-1996), mãe de seis filhos (Clarice, Cleonir, Claudete, Janete, Rosane e Rosely), avó de 15 netos (Marília, Marco, Bruno, Felipe, Gabriel, Enzo, Caroline, Lucas, Natália, Aline, Hugo, Mariana, Anavaleria, Manuela e Luiz Eduardo) e bisavó quase duas vezes: a Letícia e outra (o) a caminho.
Professora por 36 anos em Francisco Beltrão, iniciou sua vida profissional na comunidade do Rio Pedreiro, onde desempenhava com maestria a construção e melhoria do ser humano para fazer parte da sociedade;
Para que os filhos em número de seis pudessem estudar, mudou-se para a cidade de Francisco Beltrão, onde atuou na escola Beatriz Biavati, na Vila Nova, hoje Escola Pedro Algeri, como professora, alfabetizadora, professora de adultos, coordenadora, orientadora educacional, pedagoga e diretora. Atuou também no Colégio Estadual Mário de Andrade, como professora.
Após sua aposentadoria, como não cansava de agir na transformação do ser humano para o melhor que pudesse, passou a atuar como conselheira tutelar. Nesse momento ficou viúva e mesmo assim não esmoreceu e continuou no seu trabalho com os menores desassistidos.
Incansável, cursou, após esse período, especialização em Parapsicologia Clínica, atuando concomitantemente como palestrante.
Atuou como ministra da Eucaristia, sendo a primeira com esse título em Francisco Beltrão, pois até então eram apenas homens que atuavam nesse segmento. Sem nunca desviar o caminho da espiritualidade que era sua grande paixão, sempre liderou trabalhos na Igreja. Como ministra de Eucaristia, na comunidade, nunca esqueceu seu compromisso com a espiritualidade. Usava muito a frase: “Tudo que é feito com dedicação, carinho, amor e honestidade na graça de Deus, nada, nem mesmo o tempo, conseguirá destruir”.
Livros publicados:
Livre Para Amar – 1998
Ser Humano – Potencial Latente – 2000
O Grito Drogas Nnãããooo – 2006
Família/Desafios – Diálogo E Limites – 2008
Felicidade & Sucesso – É A Meta – 2009
Sem Cigarro A Vida É Melhor (Com Cd) – 2010