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Francisco Beltrão
segunda-feira, 02 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Festa dos Motoristas: Canhão conta histórias de vendedor de rifa

 

Doracílio de Andrade: muitas histórias 
sobre a festa. 

 

Doracílio de Andrade, o Canhão, vendedor da Confecções Fankhauser, radialista e vendedor de cartelas de promoções de prêmios, auxilia a Festa dos Motoristas desde 1974. Primeiro atuou como guarda de São Cristóvão e depois migrou para a Associação dos Motoristas, que organiza a festa anual. Aos 72 anos, ele não para. Está sempre visitando as pessoas e empresas para encaminhar as vendas de produtos e rifas. 

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Muito conhecido em Beltrão e região por seu trabalho de vendedor, Canhão tem muitas histórias das promoções de rifas e shows de prêmios. Ele lembra de sortudos que ganharam os prêmios ao comprar blocos que foram devolvidos por outras pessoas. 

Canhão conta que integrou os quadros da Guarda São Cristóvão durante três anos, “e como eu não gostava de soltar foguete, aí eu falei que não ia ficar mais na guarda. O presidente da Associação dos Motoristas era o (Elísio) Vetorello, já falecido, e ele me convidou pra fazer parte da associação. Então, eu fiquei três anos na guarda e tô há 37 anos na associação”.

A entidade conta com uma equipe de vendas que é coordenada pelo presidente Henrique Zamadei. A equipe de vendedores é formada por Marino, Canhão, Noel, Massarollo e Jurinha Tramontina. “Quando chega a festa, a empreitada tá praticamente pronta”, ressalta Canhão, elogiando a equipe. 

Uma boa equipe
No dia da festa, o recebimento dos blocos é coordenado por Henrique Zamadei, Jair Comunello, Iduir Bortot, Leduíno Galon e Dirceu Salmória. A equipe de vendas sai pela cidade distribuindo os blocos, arrecadando os valores e vendendo as cartelas. “Mas nós temos pessoal vendendo em Marmeleiro, em Salgado Filho, São João, Dois Vizinhos, toda a região. E, nos bairros, geralmente as empresas pegam bloco pra vender, dois ou três blocos. Na soma do montante é que dá o resultado.”

A experiência no ramo vem de anos. Canhão tem fama de bom vendedor. “Eu trabalhei vários anos na Comercial Lopes e depois na empresa do Osmar Brito, de vendedor, com o Belmiro (Ecker) nas Pernambucanas. Eu trabalhei com livros dez anos, eu tenho oito cursos de técnicas de venda e de psicologia de vendas. Fui vendedor da Santista.”

A primeira rifa
Com vendas de cartelas de rifas e shows de prêmios, a experiência vem desde 1974. A primeira delas foi no começo da década de 70. “Desde 74, quando a paróquia da Vila Nova nos convidou pra fazer parte de uma equipe de venda de rifa, pra construir a igreja. E quando eu fui patrão do CTG a gente também fez rifa; e nós fizemos várias rifas pra torre. Então, a gente fez várias promoções e nisso a gente tem uma vasta experiência. Mas o resultado é a boa vontade, a prática, conhecer as pessoas e, acima de tudo, a consideração do povo, a maneira com que a gente trabalha”, comenta.

Credibilidade
Neste aspecto, ele destaca o trabalho realizado para o sorteio de prêmios da Festa dos Motoristas, de credibilidade e de entrega dos prêmios. “Se você me perguntar quem ganhou no ano passado. A gente sabe quem ganhou e pra quem foram entregues os prêmios. Então, todo ano nós fazemos a rifa, é sucesso e entregamos os prêmios, pro ano que vem, no outro ano, já fica a porteira aberta pra gente fazer outro trabalho.”
Para ele, a boa aceitação e o sucesso da promoção se devem aos esforços dos diretores e da equipe. “A credibilidade do evento, a Associação dos Motoristas, são todos empresários de Beltrão. Inclusive, o nosso presidente é empresário, são pessoas de bem, pessoas radicadadas na cidade, pessoas do comércio e de muita consideração, então faz com que o capricho, a honestidade, dê tudo certinho e tenha a credibilidade.”
Com vasta experiência no ramo, Canhão dá um conselho: o pessoal que compra a cartela precisa deixar o nome e o telefone certos. 

Ao longo de quatro décadas como vendedor de rifas e shows de prêmios, Canhão acumula muitas histórias, algumas engraçadas. Uma delas ele lembrou durante a entrevista. “Ali em frente à Associação dos Motoristas tem um posto de gasolina, atrás daquele posto tem uma casa, e uma senhora, o marido amanheceu jogando um pifezinho, chegou em casa, contou o dinheiro e foi dormir. A mulher foi na carteira dele e tirou cincão e mandou o menino comprar um número da rifa lá na associação. O cidadão se acordou, contou o dinheiro de novo e viu que faltou cinco reais. Aí ficou, pensou, já que tava meio dormindo não contou bem o dinheiro. Quando foi de tarde, correu a rifa, eram dois carros, um Fiat e um Renault Clio, a mulher ganhou o Fiat. E aí foram levar a notícia pra mulher e o marido perguntou: ‘Onde é que você arranjou dinheiro?’ E ela respondeu: ‘Eu fui na tua carteira!’ Aí ele: ‘Ah, bom por isso que faltou cinco reais'”.

“Duas ganhadoras”
Teve outro fato interessante: apareceram duas ganhadoras para o mesmo prêmio. Canhão observou que “é por isso que eu peço, quando o pessoal compra a cartela, deixar o endereço e o nome certinhos. Uma certa feita, a rifa era no domingo e as rádios na segunda-feira anunciaram os ganhadores. Apareceram duas senhoras com o mesmo nome e sobrenome que tinham ganho um prêmio. Aí como que você vai fazer? E aquela que tinha ganhado o prêmio tinha perdido a cartela. A verdadeira. Como é que você vai fazer? O nome, sobrenome, tudo? A rua que a senhora mora, o número da casa, o número do telefone. Aquela que tinha o número, que certificou pelo documento, pelo endereço e o número da casa dela foi a ganhadora.”

Blocos premiados
Outra história é de pessoas que deixaram de comprar os blocos e os números premiados estavam nestes que foram comprados por outras pessoas. Canhão conta que “geralmente acontece. O ano passado mesmo, o Daniel comprou os blocos 1, 2, 3 e 4, o Moacir Marcon me comprou cinco blocos, a Loiri, da Estrela Guia, me comprou dois blocos, o 51 e o 52. O dia que eu fui pegar os blocos da Loiri, ela me devolveu o 51 e pagou o 52. O Daniel ficou com o 1, 2 e 3 e devolveu o quarto. Eu, acertando as contas com o Marconzinho, os cinco blocos, e ele me disse: “Tô com vontade de jogar mais um. Aí eu tinha os dois blocos devolvidos e ganhou um da metade do bloco. Era do Daniel o bloco, ele devolveu, o outro comprou e ganhou”. 

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