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Francisco Beltrão
segunda-feira, 02 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Filha de produtores de leite conta por que permaneceu no campo

Geral

Daiani Garcia se formou em Medicina Veterinária pela Uniguaçu em 2015.

A estudante Daiani Garcia da Silva deixou a Linha Guanabara, no interior de Francisco Beltrão, aos 17 anos para continuar os estudos. Depois dos ensinos Básico e Fundamental terem sido concluídos em escolas do campo, de Nova Concórdia, ela lançou-se a cerca de 300 quilômetros de distância para União da Vitória, de onde retornou médica veterinária para permanecer no campo. “O custo benefício aqui no interior é melhor, a qualidade de vida, o sossego… Acredito que hoje, jovens estão voltando porque os pais oferecem oportunidade aos filhos. Como no meu exemplo: aqui tinha toda a estrutura e novilhas para iniciar a atividade”, conta sobre esse “contra êxodo rural”, em que jovens passam a optar pelo campo e nele permanecer. 

Hoje, Daiani tem 27 anos e, como médica veterinária, dá continuidade aos serviços da pecuária leiteira, atuando desde à prevenção de doenças ao curativo de bovinos, reprodução, manejo e ordenha. Antes, a família tinha produção de aves em paralelo, mas desde sua formação a única renda da família de Daiani (que é casada e tem uma filha) e dos seus pais vem do setor leiteiro. “Hoje está muito inovado, diversas tecnologias tornam a atividade mais promissora. Claro, nem todos conseguem adquirir essas tecnologias, mas com calma e boa administração pode ter certeza que se consegue. A pecuária leiteira é uma empresa, deve-se ter boa administração”, pontua. 

Da Odontologia à Veterinária 
Embora Daiani integre um novo perfil de jovens que optam pela permanência do campo, esta não foi sua primeira opção. Depois de desistir de cursar Odontologia por questões financeiras é que Medicina Veterinária surgiu como opção. Na época, a irmã mais velha já estudava na cidade paranaense de União da Vitória e, por ser um curso particular, os gastos com moradia e faculdade seriam menores se ela morasse junto com a irmã na mesma cidade – onde não havia o curso de Odontologia.

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Após a formação, cinco anos depois, Daiani retornou para a região, trabalhando com suínos para uma empresa em Marmeleiro. Mas já casada e com o esposo trabalhando em Beltrão veio da própria família a proposta de retornar ao campo. 
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“A minha irmã mais nova saiu para estudar também e meus pais ficaram sozinhos. Eles trabalhavam com avicultura e bovinos de leite. Ficou muito trabalho para eles (minha mãe tem muitos problemas de saúde) aí eles venderam todas as vacas produtoras de leite e ficaram apenas com as novilhas e a avicultura. Foi assim que meu pai nos incentivou a voltar para o campo, e cuidar da parte do leite. Ficamos surpresos e indecisos, pois meu esposo teria que sair do trabalho dele. Mas eu estava grávida e sabíamos da qualidade de vida que se tem no campo e que poderia ficar mais pertinho da criação da nossa filha”, conta sobre a decisão da permanência. 

De acordo com Daiani, algo que a motiva e que, acredita, também motiva outros jovens a permanecerem junto às famílias no campo é a mecanização dos processos, o acesso a linhas de créditos e a modernização, somado aos valores que se aprende no campo. “Meus pais nos ensinaram muito cedo o valor das coisas, ser humilde, em primeiro lugar, e ter honestidade sempre. Sou muito feliz e grata por ser quem fui e quem hoje sou”, frisa. 

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